A surpreendente afirmação de que “o telhado está a arder” foi proferida pelo CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, numa reunião com cerca de 2000 directores de topo do construtor germânico. Quem avança com a (preocupante) informação é a publicação britânica Autocar, segundo a qual Schäfer terá sugerido, na mencionada reunião, que tudo está em risco.

Além de alertar para o risco da casa desabar, o CEO da Volkswagen avisou os 2000 membros presentes no meeting que as “próximas semanas e meses serão extremamente duros para a empresa”. Estas preocupações surgem depois das vendas na China terem sido consideravelmente reduzidas, obrigando os alemães a entrarem numa guerra de preços em que não pretendiam participar.

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Para Schäfer, a solução para o presente problema passa por conseguir um somatório “de pequenas vitórias” em forma de poupanças, exactamente o que o CEO pediu aos seus directores, que deverão ser atingidas com recurso a programas destinados a melhorar o desempenho, com a finalidade de poupar 10 mil milhões de euros nos próximos três anos.

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“Os nossos eléctricos são lentos e caros de produzir”, afirma VW com medo da Tesla e dos chineses

Para agravar o aparente desespero de Schäfer, o chief financial officer (CFO) da Volkswagen, Patrik Andreas Mayer, sugeriu que os problemas da marca poderão ser mais delicados do que se pode pensar, informando os 2000 directores que “o negócio dos automóveis não está bem” e apelidando este alerta de “uma última chamada”.

O CEO da Volkswagen atribui as dificuldades da empresa “à estrutura e aos processos, que são demasiado complexos, lentos e inflexíveis”. Curiosamente, a Volkswagen despediu o anterior CEO por estar a tentar revolucionar a marca, especificamente ao nível da produção, de forma a reduzir o tempo necessário para fabricar um veículo eléctrico de 30 para apenas 10 horas, nivelando pelos concorrentes mais eficientes do mercado, como pode ler em cima.