Quase metade dos contratos públicos relacionados com o maior evento católico mundial, que arranca já na próxima terça-feira, foram celebrados nos últimos 30 dias, avança o jornal Expresso. E a maior parte das adjudicações para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) acordadas ao longo dos últimos anos terá sido feita por ajuste direto.

Segundo o semanário, que consultou os dados  disponibilizados pelo portal BASE nos últimos quatro anos, são 194 os contratos sobre a JMJ celebrados por entidades públicas, num valor superior a 38,33 milhões de euros. Deste total, seis foram fechados em 2020, nove em 2021 e apenas 27 em 2022. As restantes adjudicações terão sido feitas este ano, 91 ao longo do último mês (46,9% do total), num valor próximo de seis milhões de euros.

A maior parte dos contratos identificados pelo Expresso foram feitos por ajuste direto, num total de 147 (75,8% do total). Esta situação verificou-se mesmo em contratos que por norma exigiriam um concurso público e a aprovação do Tribunal de Contas. Isto só foi possível devido ao artigo 149.º da lei do Orçamento de Estado de 2022 e que alargou os montantes máximos de todos os contratos públicos feitos para a jornada por ajuste direto. A Câmara de Lisboa lidera a lista de gastos.

A JMJ arranca já na próxima semana, estando prevista a chegada do Papa Francisco a Lisboa no dia 2 de agosto. Os gastos feitos com a JMJ têm sido alvo de algumas críticas. A mais recente partiu do artista Bordalo II, que estendeu uma “passadeira da vergonha”, composta por notas de 500 euros, contra o investimento do Estado português na jornada.

“Habemus Pasta”. Artista Bordalo II estende “passadeira da vergonha” no palco principal da JMJ

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