O líder do Partido Popular (PP) Alberto Núñez Feijóo pediu para se encontrar com o socialista Pedro Sánchez para tentarem chegar a acordo para uma alternativa de governo, mas o chefe de governo espanhol já lhe respondeu — e rejeitou essa hipótese. O secretário-geral do PSOE apenas aceita encontrar-se com o presidente do partido vencedor nas últimas eleições após o Rei Filipe VI escolher o candidato que vai liderar a investidura, deitando por terra qualquer acordo entre os dois maiores partidos espanhóis.

Em jeito irónico, Pedro Sánchez começa por “agradecer a oportunidade” dada por Alberto Núñez Feijóo, que, numa carta publicada na manhã deste domingo, insistiu na necessidade de um encontro que teria como finalidade estabelecer um ” diálogo responsável, em benefício da estabilidade política e institucional da Espanha”. Mas, logo a seguir, o socialista lembrou que a direita perdeu as eleições — e que a sua alternativa para formar um governo foi derrotada.

“Como já tive ocasião de expressar a 29 de maio ao convocar as eleições antecipadas, era necessária uma clarificação sobre o rumo que devia tomar o nosso país: se prosseguia pelo caminho do avanço e da consagração de direitos, ou se decidia envergar a bandeira do fim dos avanços”, afirmou Pedro Sánchez, para sublinhar seguidamente que é “uma evidência” que a proposta da direita “não obteve o apoio que reclamava para levar a cabo o seu propósito”.

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Adicionalmente, o líder do PSOE, partido que ficou em segundo lugar nas eleições gerais, sublinhou que o sistema democrático espanhol é baseado na democracia parlamentar. Isto significa, prosseguiu Pedro Sánchez, que se devem “articular maiorias que permitam a investidura do candidato que tenha os apoios necessários”.

Lembrando o que aconteceu nas últimas eleições autónomas, o secretário-geral do PSOE indicou que o PP e o VOX uniram-se em certos parlamentos regionais — e, em alguns casos, nenhum dos partidos venceu as eleições. “Uniram forças e votos atendendo ao critérios da soma aritmética do número de deputados nos parlamentos autónomas”, atirou Pedro Sánchez, querendo assim justificar a necessidade de haver uma coligação alargada de esquerda para governar Espanha.

“Por último, aproveito a ocasião para informar-lhe que, após a constituição formal do Congresso dos Deputados a 17 de agosto, e uma vez designado o candidato pelo Chefe de Estado, ficarei encantado de reunir-me consigo, assim como os restantes porta-vozes dos grupos parlamentares com representação na Câmara [dos deputados]”, concluiu Pedro Sánchez, reforçando o ‘não’ ao convite de Alberto Núñez Feijóo.

PP insiste em reunir-se com PSOE. Feijóo pede a Sánchez que evite “situação ingovernável” em Espanha