Uma semana e meia após serem conhecidos os resultados das eleições gerais, Pedro Sánchez foi de férias, um plano que já se conhecia antes do dia 23 de julho. Contudo, não se sabia o local exato onde é que o chefe do governo espanhol ia descansar — e só foi oficializado esta terça-feira: Marraquexe, em Marrocos.

A viagem de família de Pedro Sánchez, que garantiu que a pagou do próprio bolso, está a ser atacada pela oposição. Para Miguel Tellado, vice-secretário da organização do Partido Popular (PP), esta é uma “provocação” que demonstra a “soberba” do chefe do governo espanhol. Citado pelo jornal El Mundo, o popular considera que o socialista “não está a cumprir as obrigações” de tentar formar um novo governar.

“Seria bom que regressasse de Marrocos a aceitar a sua derrota eleitoral, que não pode ser presidente a qualquer preço e que chegou o momento de que o PP e o PSOE se sentem para conversar”, atirou Miguel Tellado, aludindo ao encontro que os populares pediram a Pedro Sánchez para tentarem encontrar uma alternativa de governo — mas que o secretário-geral socialista rejeitou.

Para formar governo à esquerda, o PSOE está dependente de vários partidos pequenos, alguns deles assumidamente independentistas, tais como o Junts, liderado pelo antigo presidente da Generalidade Catalunha, Carles Puigdemont.

Não é só o timing que está a irritar os partidos mais à direita. O destino escolhido por Pedro Sánchez também motiva críticas; é que o socialista apoiou a proposta da autonomia do Sahara Ocidental, que deve fazer parte do Estado marroquino, em vez de defender um referendo de autodeterminação. Adicionalmente, o telemóvel do socialista terá sido espiado pelo governo marroquino através do software israelita Pegasus.

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