A África do Sul convidou 67 líderes do sul global para participarem na próxima cimeira do grupo de economias emergentes BRICS, de 22 a 24 de agosto, anunciou esta segunda-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor.

“O Presidente sul-africano [Cyril] Ramaphosa convidou, com o apoio consensual dos seus homólogos dos países BRICS, 67 líderes de África e do sul global”, disse Pandor, durante uma videoconferência de imprensa sobre os preparativos da cimeira. “Os líderes convidados vêm de todos os continentes e regiões do sul global”, acrescentou, referindo que até agora 34 confirmaram a sua presença.

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De acordo com a ministra, Ramaphosa também convidou 20 “dignitários”, incluindo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o presidente da Comissão da União Africana (secretariado), Moussa Faki Mahamat. Os presidentes do Brasil, da Índia, da China e da África do Sul estarão presentes na cimeira, enquanto a Rússia será representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

Os BRICS integram o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Presidente francês Emmanuel Macron, no entanto, não foi convidado, confirmou Pandor, embora o gaulês tenha manifestado em junho interesse em participar na cimeira.

A África do Sul esteve no centro das atenções depois de ter confirmado, em março passado, o seu convite ao Presidente russo, Vladimir Putin, apesar do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra alegadamente cometidos na Ucrânia.

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Mas Ramaphosa anunciou no mês passado que o homólogo russo irá acompanhar as reuniões virtualmente, sem se deslocar ao país. A África do Sul afirma ter adotado uma posição neutra em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia e apelou ao diálogo e à diplomacia para resolver o conflito.

Esta posição não está apenas ligada ao papel estratégico, político e económico de Moscovo em alguns países africanos, mas também a razões históricas, como o apoio da Rússia aos movimentos anticoloniais e de libertação no século XX e a luta contra o regime segregacionista do apartheid.