Os procuradores colombianos acusaram Manuel Ranoque, o pai biológico de duas das quatro crianças que desapareceram em maio na Amazónia, de abuso sexual de Lesly, a enteada de 13 anos.

Terá sido a menina a proteger os irmãos mais novos dos perigos da selva da Amazónia colombiana, após a queda do avião onde seguiam, a 1 de maio. O grupo de quatro crianças, com idades entre 11 meses e 13 anos, foi resgatado com vida a 10 de junho, 40 dias depois da queda do avião. A mãe das crianças e dois adultos morreram na queda da pequena aeronave.

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Em comunicado, que é citado pela AFP, as autoridades colombianas acusam Manuel Ranoque de abuso sexual da enteada, algo que terá tido início quando a menina tinha dez anos. Ranoque foi detido na sexta-feira, acusado de “delitos de relações carnais violentas agravadas e atos sexuais abusivos” com uma menor de idade, cita a AFP.

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O homem de 47 anos, que tal como as crianças pertence ao grupo indígena Huitoto, nega as acusações. Vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

Segundo a AFP, já tinham sido detetados “alguns indícios” de que Lesly estaria a ser alvo de abuso sexual por parte do padrasto, de acordo com declarações de William Castro, o governador da aldeia onde a família vivia.

Lesly, de 13 anos, Soleiny, de nove anos, Tien Noriel, de cinco anos, e Cristin, na altura com apenas 11 meses, foram os únicos sobreviventes da queda do avião. Foram encontrados com vida a cerca de cinco quilómetros do local onde a aeronave se despenhou e estiveram hospitalizados quase um mês.

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Está agora em curso uma batalha pela custódia das crianças, entre os avós maternos e Ranoque, que é pai biológico de duas das quatro crianças. Os irmãos aguardam por uma decisão no Instituto de Bem-Estar Familiar da Colômbia, onde terão sido detetados os abusos sexuais à jovem de 13 anos.

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