Jenny Shipley, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, foi condenada pelo mais alto tribunal do país a pagar 6,6 milhões de dólares neozelandeses (cerca de 3,6 milhões de euros) mais juros como indemnização pelo seu papel no colapso da empresa de construção Mainzeal, segundo uma sentença divulgada na sexta-feira citada pela agência Reuters.

No acórdão, o tribunal ordenou que os quatro gestores, Shipley, Richard Yan, Clive Tilby e Peter Gromm, contribuíssem com 39,8 milhões de dólares neozelandeses (cerca de 21,8 milhões de euros), acrescidos de juros, para os credores da Mainzeal.

Entre os membros do conselho de administração da empresa, Richard Yan foi considerado pelo tribunal o mais culpado e por isso foi mantida a indemnização que resultou da condenação do tribunal de recurso, cerca de 20 milhões de dólares neozelandeses. O seu advogado não comentou.

As consequências legais para Shipley, Tilby e Gromm foram desta forma limitadas a 6,6 milhões de dólares neozelandeses e juros cada, ainda que “continuem a lamentar o colapso da Mainzeal e as suas graves consequências para trabalhadores, clientes e credores”, informam os respetivos advogados citados pela Reuters.

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Os liquidatários da Mainzeal tinham avançado para tribunal contra os ex-gestores, argumentando que tinham deixado a empresa funcionar de uma forma que criava um risco de prejuízo grave para os credores e que tinham assumido dívidas que não podiam ser razoavelmente reembolsadas, algo que o Tribunal de Recurso já tinha considerado.

“Trata-se de um acórdão histórico que reforça as obrigações dos administradores de cumprirem os seus deveres de forma diligente e responsável“, afirmou o liquidatário da empresa, Andrew MacKay, à agência Reuters.

Shipley foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia, entre 1997 e 1999. Era presidente do conselho de administração da empresa de construção Mainzeal quando a empresa foi colocada em liquidação em 2013, após vários anos de dificuldades financeiras.