A passagem do tufão Saola, que atingiu o extremo norte das Filipinas nesta semana, deixou 6,4 milhões euros em danos na agricultura e mais de 46 mil deslocados, informaram nesta sexta-feira as autoridades locais.

O Conselho para a Redução e Gestão do Risco de Catástrofes filipino (NDRRMC) indicou que 387.242 pessoas foram afetadas no arquipélago, das quais 46.528 permanecem fora de casa, ao mesmo tempo que avaliou os danos nas infraestruturas, registados até agora, em cerca de 668 mil euros, de acordo com um relatório das autoridades.

Centenas de pessoas fogem das inundações causadas por tufão nas Filipinas

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O olho do tufão, que não chegou a atingir terra firme, atravessou o estreito de Luzon na madrugada de quarta-feira, entre os arquipélagos filipinos de Babuyan e Batanes, com ventos sustentados de 195 quilómetros por hora e rajadas de até 240 quilómetros por hora, informou a agência meteorológica estatal filipina PAGASA.

As fortes chuvas persistem nesta sexta-feira em grande parte da ilha de Luzon, no norte do país, num clima instável gerado pelo tufão, que causou inundações em várias províncias e em Manila.

O Saola dirige-se agora para Macau e Hong Kong, regiões onde as autoridades alertaram para o “pior cenário possível”.

Macau subiu já o nível de alerta de 3 para 8, o terceiro mais elevado, e declarou o estado de prevenção imediata, quando o tufão está a pouco mais de 200 quilómetros do território. O aviso para inundações foi também emitido, com especial preocupação para as zonas baixas da cidade.

O serviço de transportes públicos foi suspenso, assim como a circulação rodoviária nas pontes — à exceção do tabuleiro inferior da ponte Sai Van. As autoridades anunciaram o encerramento de parques de estacionamento, adiaram o regresso às aulas, que estava agendado para esta sexta-feira, e cancelaram cerca de uma centena de voos no aeroporto internacional de Macau.

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau continuam a admitir a possibilidade de emitirem o nível de alerta mais elevado, o sinal 10.

Na China continental, foi emitido um alerta máximo. A província de Guangdong, vizinha de Macau e Hong Kong, emitiu um aviso para o vento de nível máximo. O Ministério dos Transportes da China enviou 16 navios e nove helicópteros de salvamento para as zonas suscetíveis de serem atingidas pelo Saola, avançou a agência de notícias estatal Xinhua.

A região administrativa especial de Hong Kong, que já emitiu o sinal 8 e admite elevar o alerta para o máximo ao final da tarde, encerrou escolas e serviços públicos, algo que também aconteceu na vizinha cidade de Shenzhen, em Guangdong.

A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, cuja emissão depende da proximidade da tempestade e da intensidade do vento. Os avisos para as inundações têm cinco níveis: azul, amarelo, laranja, vermelho e preto.

Em setembro de 2018, o tufão Mangkhut provocou 40 feridos e inundações graves no território. Um ano antes, o Hato causou 10 mortos e 240 feridos. As Filipinas registam cerca de 20 tufões ou tempestades tropicais por ano e, em julho, a passagem do tufão Doksuri causou pelo menos 25 mortos e deixou um rasto de destruição.