“Não quero que fique bonito. Quer que escave. Quero ver um buraco no meu peito, quando tiver acabado. Está a perceber-me? Não vou morrer disto”. Foram estas as palavras de Linda Evangelista para o seu cirurgião, após ter sido diagnosticada com cancro da mama, pela segunda vez, num espaço de cinco anos.

Numa entrevista ao The Wall Street Journal, Linda Evangelista, 58 anos, revelou que luta contra o cancro há quatro anos, tendo feito uma dupla mastectomia, quando foi diagnosticada pela primeira vez, em 2018, e passado por diversos tratamentos de quimio e radioterapia.

Foi detetado na minha mamografia anual. O cenário não era bom e, devido a outros fatores de saúde, não hesitei, porque queria colocar tudo para trás das costas, e optei por uma mastectomia bilateral”, revelou. “Pensava que estava bem e preparada para a vida. O cancro da mama não me ia matar”.

A modelo canadiana, que começou a sua carreira aos 13 anos, quando participou num concurso de beleza para adolescentes, falou pela primeira vez sobre o diagnóstico, após posar para a nova capa da Vogue, juntamente com as “supermodelos originais”, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Christy Turlington, que tiveram o seu auge, nos anos 90.

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“As supermodelos originais”. Nova capa da Vogue junta Linda Evangelista, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Christy Turlington

Durante quase cinco anos, Linda Evangelista, que tem um filho de 16, com o bilionário francês Francois-Henri Pinault, viveu a achar que tinha vencido a luta contra o cancro. Até ter sentido um caroço, em julho do ano passado. Ao ver o olhar “pouco surpreendente” do seu cirurgião perante tal relato, a modelo pediu que fosse feita uma ressonância magnética. Quando os resultados chegaram, foi o próprio médico a pedir uma biópsia.

“Oh Deus, vamos fazer uma biópsia a algo que não existe?”, pensou. E, assim que ouviu, pela segunda vez, o diagnostico de cancro da mama, pediu ao seu cirurgião que fizesse o que tinha de fazer para eliminar o tumor: “Entrei no modo em que sabia que tinha de fazer tudo para ultrapassar a situação. E foi o que fiz”.

Uma semana depois, a modelo passou por diversos tratamentos de radiação e quimioterapia. E, numa consulta recente, o seu médico disse que o “prognóstico era bom”: “Não ‘incrível’. Mas por que não incrível?”, perguntou-lhe.

“Sei que há uma chance e voltar e que já estou com um pé na cova. Mas estou totalmente na fase de celebrar”, rematou.