O silêncio de António Costa no Conselho de Estado continua a ser comentado por parte de Luís Montenegro. O líder do PSD acusou o primeiro-ministro de ter aberto uma “linha de conflito institucional” em resposta a uma “posição que é natural do exercício de competências do Presidente da República”, veto de um pacote legislativo na área da habitação.

“É na defesa da postura absolutamente institucional que desejo que o Governo e o líder não estejam a criar propositadamente, intencionalmente, uma zona de conflito com o Presidente da República para tirar dividendos políticos”, salientou o líder do PSD, voltando a considerar que existiu um “amuo” por parte de Costa relativamente “ao que é o cumprimento das competências” de Marcelo Rebelo de Sousa.

“Não sou dado a amuos”. Costa atira a Montenegro: “O líder da oposição é ele”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em declarações aos jornalistas, a partir de Portalegre, Montenegro afirmou que António Costa se deve “habituar” porque o PSD não vai “facilitar, nem silenciar aquilo que são falhas institucionais do primeiro-ministro”. E deixou uma garantia: “Quando eu for primeiro-ministro não terei esse comportamento institucional, esteja o Presidente da República de acordo ou não” com “aquilo que são as políticas legislativas do governo.”

Questionado sobre as declarações de António Costa quanto a “fugas seletivas de informação” acerca do que acontece no Conselho de Estado, Montenegro disse que “chegam quase a ser anedóticas”. “Só faltou o doutor António Costa dizer que as fugas de informação foram minhas. Há um coisa que podem ter a certeza absoluta: eu não estive na reunião do Conselho de Estado, nem nesta, nem nas anteriores. Aquilo que eu sei é aquilo que é tornado público e que não é desmentido”, atirou.

Costa tentou desvalorizar críticas com silêncio (quase) absoluto. Marcelo fez reparos à “leviandade” na governação

Para Luís Montenegro, “não é normal” que o primeiro-ministro se tenha remetido ao silêncio após o Conselho de Estado, um órgão que considera ser “importante e de consulta do Presidente da República”.