Os Estados Unidos defenderam este domingo a declaração de consenso da cimeira do G20, apesar de não incluir uma condenação da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o que suscitou críticas de Kiev.

O “número dois” do Conselho de Segurança da Casa Branca disse que o documento enviou uma mensagem sobre a “necessidade imperativa” de a Rússia parar de usar a força e abster-se de violar a integridade territorial da Ucrânia.

Jon Finer considerou também que a declaração divulgada pelo G20 no sábado foi “sem precedentes”.

Finer fez os comentários aos jornalistas a bordo do avião que transporta o Presidente Joe Biden para uma visita ao Vietname, depois de ter participado na cimeira do G20 na Índia, segundo a agência espanhola EFE.

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O comunicado dos líderes do G20 pede a “todos os Estados” que evitem “a ameaça ou o uso da força para se apoderarem de território”, mas não inclui uma condenação da guerra na Ucrânia.

O comunicado que os líderes do G20 emitiram após a cimeira do ano passado em Bali, Indonésia, incluía um parágrafo em que a maioria dos membros “condenava veementemente a guerra na Ucrânia”.

Após a divulgação da declaração do G20 em Nova Deli, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano manifestou desapontamento.

“A Ucrânia agradece aos parceiros que tentaram incluir palavras fortes no texto”, disse o porta-voz do ministério, Oleg Nikolenko.

“Ao mesmo tempo, em relação à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o G20 não tem nada do que se orgulhar”, lamentou.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra que gerou a crise de segurança mais grave na Europa das últimas décadas.

No decorrer do conflito, que prossegue sem fim à vista, Moscovo anexou as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania da Federação Russa nas cinco regiões anexadas.

Kiev exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, e a reposição das fronteiras de 1991, quando se tornou independente depois de ter sido uma república soviética.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra russa contra a Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será muito elevado.