Paul Pogba terá testado positivo num controlo antidoping. De acordo com a ANSA, a agência italiana, foram encontrados vestígios de testosterona na análise que o jogador da Juventus realizou no passado dia 20 de agosto, na primeira jornada da Serie A e logo depois da partida entre os bianconeri e a Udinese.

Pogba foi suplente não utilizado na vitória da Juventus em Udine, não tendo cumprido um único minuto da partida, mas acabou por ser submetido ao controlo antidoping após o apito final. Também segundo a ANSA, e se a notícia se confirmar, o médio francês poderá ser suspenso preventivamente e terá três dias para solicitar uma contra-análise. Se essa contra-análise for novamente positiva, Pogba será julgado pelo Tribunal Nacional Antidopagem de Itália — incorrendo numa suspensão de dois anos que poderá chegar aos quatro se ficar provado que teve a intenção de se dopar.

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Depois de praticamente não ter jogado na época passada devido a uma lesão grave — fez apenas seis jogos na Serie A, somando uma única titularidade –, Paul Pogba está de regresso às opções da Juventus. O médio francês de 30 anos leva 52 minutos cumpridos esta época, contra Bolonha e Empoli e como suplente utilizado nas duas ocasiões, e tem demonstrado as limitações físicas naturais de quem esteve vários meses parado.

Curiosamente, Paul Pogba já tinha sido notícia durante a manhã desta segunda-feira devido a uma longa entrevista que deu à Al Jazeera e onde abordou a infância e adolescência nos subúrbios de Paris, episódios com armas de fogo, a luta contra a depressão, o racismo, a fé e a pressão de ser um atleta de alta competição. A dada altura, o internacional francês revelou que chegou a pensar terminar a carreira no ano passado, quando um grupo que envolvia um irmão e vários amigos tentou extorqui-lo com recurso à violência.

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“O dinheiro muda as pessoas. Pode dar cabo de uma família. Pode criar uma guerra. Às vezes estava sozinho e pensava: ‘Não quero ter dinheiro, não quero continuar a jogar, quero estar com pessoais normais e quero que gostem de mim por aquilo que eu sou, não pela fama ou pelo dinheiro’. Às vezes é muito difícil”, explicou o jogador, que também falou sobre a violência policial e os protestos que têm inundado as ruas de França nos últimos anos.

“Eu não quero ver França a explodir. Não quero ver pessoas a partir os carros dos vizinhos, a destruir lojas, a fazer esse tipo de coisas… Porque isso não ajuda. O que ajuda é a justiça. Não acho que possas ser autorizado a disparar contra alguém que está desarmado. Disparar contra o peito de alguém porque não tem a carta de condução ou porque fugiu. E os polícias só param de trabalhar naquela esquadra e é isso. Não me parece correto”, desabafou.

No meio da entrevista, Pogba garante que está pronto para regressar à competição na Juventus e para lutar por um lugar na seleção francesa, sendo que estamos a menos de um ano do Campeonato da Europa. “O futebol é muito bonito, mas é cruel. As pessoas podem esquecer-te. Podes fazer algo incrível e no dia seguinte já não és ninguém. Quero que eles comam as próprias palavras. Quero mostrar-lhes que não sou fraco. Podem falar mal de mim. Nunca vou desistir”, atirou. Agora, as intenções de Pogba podem voltar a ficar hipotecadas.