Richarlison foi um dos protagonistas do Mundial do Qatar. Apesar da eliminação do Brasil nos quartos de final, o avançado esteve em destaque na seleção de Tite, eternizou a “dança do pombo” e até levou o prémio de melhor golo da competição, graças ao brilhante pontapé de moinho que assinou contra a Sérvia. A passagem pelo Campeonato do Mundo, porém, foi mesmo o ponto alto dos últimos meses da vida do brasileiro.

Reforço do Tottenham no verão passado, Richarlison não escapou à temporada difícil dos spurs e marcou apenas três golos em 2022/23, sendo que só um foi na Premier League. Esta época, mesmo com a saída de Harry Kane e a chegada do novo treinador Ange Postecoglou, o avançado continua com muitas dificuldades e leva apenas um golo, na Taça da Liga.

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Apesar de muito criticado em Londres, por tardar a justificar o investimento de quase 60 milhões que o Tottenham fez há cerca de um ano, Richarlison continua a ser presença assídua nas convocatórias do Brasil e foi chamado por Fernando Diniz para o duplo compromisso contra a Bolívia e o Peru, a contar para o apuramento para o Campeonato do Mundo. Titular nas duas partidas, não marcou qualquer golo e foi substituído nas duas ocasiões, acabando por desabafar que não tem atravessado um bom momento.

“Passei por um período conturbado nos últimos cinco meses, fora de campo. Mas as coisas já estão certas dentro de casa. As pessoas que só estavam de olho no meu dinheiro saíram de perto de mim. Tudo vai começar a fluir e certamente vou ter uma boa sequência no Tottenham”, explicou o avançado na zona de entrevistas rápidas, acrescentando que vai procurar ajuda para continuar a debelar a fase mais complicada.

Até Tite fez a dança do pombo. Música de MC Faísca que deu alcunha a Richarlison chegou ao Qatar

“Vou voltar para Inglaterra e procurar ajuda psicológica, de um psicólogo. Vou trabalhar a mente e voltar mais forte. Creio que vou estar na próxima convocatória, vou trabalhar para isso. Tenho de ter uma boa sequência no Tottenham. Vou conversar com o clube porque preciso de ritmo de jogo para chegar bem à seleção”, atirou.

Richarlison chegou a chorar no banco de suplentes quando foi substituído contra a Bolívia, naquele que foi o primeiro alerta de que algo se passava com o jogador. “Não foi por ter jogado mal, foi mais um desabafo pela forma como as coisas estavam a correr fora de campo, coisas que fugiram ao meu controlo”, explicou o brasileiro, lembrando que dentro de campo é “uma pessoa feliz que tenta ajudar ao máximo”.

“Às vezes as coisas não saem como nós queremos. Creio que isso está relacionado com o que se passou fora de campo e que me atrapalhou. Mesmo quando queres fazer bem as coisas, acaba por correr mal. Vou continuar focado no meu clube. A tempestade já passou”, terminou.