As relações comerciais do marido de Kaja Kallas à Rússia continuam a dar que falar. Desta vez, primeira-ministra da Estónia veio a público para se defender do que descreve como uma “caça às bruxas” levada a cabo pela oposição do país.

“Isto é uma caça às bruxas por parte da oposição”, atirou em declarações ao jornal The Guardian, justificando que se trata de uma “desculpa para perder tempo no parlamento” e que pretende “obstruir a agenda progressista”.

O caso veio a público em agosto e tem obrigado a primeira-ministra a defender-se por diversas vezes, desde logo devido aos pedidos de demissão de que foi alvo, em particular por parte do líder da oposição, Urmas Reinsalu. Kallas não “vê outra opção” para travar a dimensão que o tema atingiu.

Kaja Kallas lidera um governo pró-Ucrânia — aliás, quando foi a votos fez da Rússia a principal inimiga da Estónia, assumiu a dianteira do apoio à Ucrânia e a confrontação com o país liderado por Putin e a estratégia acabou por compensar, com a derrota da extrema-direita —, mas desde que veio a público que uma empresa de transportes Stark Logistics, parcialmente controlada pelo marido, Arvo Hallik, continuava a operar na Rússia após a invasão, isso complicou a vida da chefe de Governo em termos políticos.

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No final de agosto, depois das primeiras notícias sobre o caso, Kaja Kallas dizia não ter conhecimento pormenorizado dos negócios do marido, mas acredita que a empresa não tenha feito nada de errado: “A empresa nem sequer compra combustível à Rússia para evitar deixar um único euro ou moeda na Rússia.”

No comunicado citado pela Sky News, a primeira-ministra da Estónia revelou ainda que o marido estava a tentar vender a sua parte da empresa. “Discutimos a questão do transporte para o nosso cliente [na Rússia] em várias ocasiões e acreditámos que estávamos a fazer a coisa certa, a ajudar as pessoas certas e a salvar uma boa empresa estónia, caso contrário não o poderíamos ter feito.”

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