À entrada para a receção deste domingo ao Marselha e com cinco jornadas disputadas na Ligue 1, o PSG tinha duas vitórias, dois empates e uma derrota. O início de temporada dos parisienses está longe de ser perfeito e a distância para a liderança do Brest vai já nos cinco pontos — nada que tire o sono a Luis Enrique, que tem permanecido calmo nas análises às exibições menos conseguidas da equipa.

“Temos de ganhar este tipo de jogos, mas depois da pausa para as seleções é sempre difícil. Não tivemos muito tempo para trabalhar, mas isso também não é uma desculpa. Estou contente com o desempenho da minha equipa, os jogadores deram tudo. O Nice ainda não tinha perdido nenhum jogo esta temporada e tem um treinador muito bom. Temos de lhes dar os parabéns”, disse o treinador espanhol depois do desaire contra o Nice, num jogo em que nem dois golos de Mbappé chegaram para evitar o deslize.

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A semana trouxe um balão de oxigénio, com o PSG a arrancar a fase de grupos da Liga dos Campeões com uma vitória perante o Borussia Dortmund, mas o regresso das competições internas obrigava a uma receção a um Marselha que ainda não tinha perdido e que está em absoluta convulsão interna. Marcelino decidiu deixar o comando da equipa depois de o presidente Pablo Longoria ter sido ameaçado pelas claques do clube, que exigiram a demissão do dirigente espanhol numa reunião, e a saída do treinador foi descrita como uma consequência dessa “situação deplorável”.

A verdade é que, desde que o norte-americano Frank McCourt adquiriu o clube francês em 2016, o Marselha tem acumulado escândalos e treinadores despedidos: entre Rudi Garcia, André Villas-Boas, Jorge Sampaoli e Igor Tudor. O interino Jacques Abardonado orientou a equipa a meio da semana contra o Ajax, na Liga Europa, e voltava a fazê-lo este domingo perante o PSG — e num dia em que o nome de Jaime Pacheco, que atualmente está no Pyramids do Egito, foi associado ao comando técnico dos franceses.

Assim, no Parque dos Príncipes, Luis Enrique lançava Ugarte e Zaïre-Emery no meio-campo, apostando no jovem Bradley Barcola na ala esquerda, e Kolo Muani, Dembélé e Mbappé eram os responsáveis pelo ataque. Vitinha era claramente gerido e começava no banco, assim como Danilo e Gonçalo Ramos, e tanto Fabián Ruiz como Carlos Soler também eram suplentes. Do outro lado, Vitinha era titular ao lado de Aubameyang no ataque do Marselha, com Ounahi a surgir no meio-campo e o ex-FC Porto Mbemba a aparecer no trio de centrais.

O PSG abriu o marcador ainda dentro dos 10 minutos iniciais, com Hakimi a marcar pelo segundo jogo consecutivo ao concretizar um livre extraordinário a partir da direita e com ângulo difícil (8′). A primeira parte ficou muito marcada pela substituição de Mbappé: o avançado sofreu uma entrada mais dura nos primeiros instantes, ficou com queixas no tornozelo e chegou a ser assistido pela equipa médica para depressa regressar ao jogo, acabando por pedir para sair pouco depois. Confrontado com a necessidade da alteração, Luis Enrique chamou Gonçalo Ramos para render o francês.

Os parisienses aumentaram a vantagem ainda na primeira parte, com Kolo Muani a aproveitar um ressalto no guarda-redes depois de um remate ao poste de Hakimi (37′), e foram para o intervalo a vencer o Marselha de forma tranquila e que até pecava por escassa. Jacques Abardonado mexeu logo ao intervalo, trocando Vitinha e Ounahi por Ndiaye e Amine Harit, mas o PSG nem sequer precisou de cinco minutos para dilatar o resultado: Dembélé cruzou na direita e Gonçalo Ramos apareceu ao primeiro poste a bater Mbemba e a cabecear para se estrear a marcar pelos franceses (47′).

Luis Enrique começou a mexer a cerca de 20 minutos do fim, trocando Lucas Hernández e Dembélé por Danilo e Fabián Ruiz, e Gonçalo Ramos ainda foi a tempo de bisar e carimbar a goleada (89′). O PSG venceu o Marselha de forma absolutamente natural, carimbando o segundo triunfo consecutivo e colocando-se no 4.º lugar da liga francesa com menos dois pontos do que o líder Brest.