Foram dois partidos independentistas catalães que terminaram o primeiro dia das intervenções na investidura de Alberto Núñez Feijóo. Sem surpresa, a Esquerda Republicana Catalã (ERC) e o Junts per Catalunya (liderado por Carles Puigdemont) anunciaram que votarão contra a formação de um governo de direita liderado pelo Partido Popular (PP). E as forças partidárias aproveitaram a ocasião para lembrar o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, das exigências para aceitarem um executivo progressista.

O porta-voz da ERC no Congresso dos Deputados, Gabriel Rufián, foi claro sobre duas das exigências a Pedro Sánchez: “Ou a amnistia contempla uma saída para que o povo da Catalunha vote no seu Estado político, ou servirá de muito pouco”.

“Diz-se que uma amnistia é a maior ameaça e o maior desafio à democracia do país. Nem a ETA, nem a extrema-direita, nem a corrupção com o Rei, nem as rendas, nem os assassínios machistas… É a amnistia”, prosseguiu Gabriel Rufián, que criticou duramente os partidos de direita. “Sabem por é que tanta pessoas sem direitos votam em Feijóo, em Ayuso ou Abascal? Porque quando não tens direitos é muito difícil que te importe que alguém diga que ninguém vai ter direitos”.

Por sua vez, Miriam Nogueras, porta-voz do Junts per Catalunya, tentou dissociar o partido dos populares — mas também dos socialistas, salientando que a força partidária “não faz parte de nenhum bloco”. “O nosso bloco é a Catalunha”, garantiu, realçando: “Queremos a independência porque não queremos continuar a retroceder com Espanha”.

Assegurando que vão votar contra um governo do Partido Popular porque “fez um pacto com a extrema-direita”, Miriam Nogueras definiu a Catalunha como um “país rico”, mas com “instituições sem capacidade para atender a isso”. “O governo espanhol não executa os orçamentos na Catalunha, denuncia e sinaliza que são problemas de fundo”, queixou-se, vincando que “a única solução” passa pela “‘autodeterminação'”.

Criticando o PP por ser “contra a Catalunha”, Miriam Nogueras rematou que os “nostálgicos, Aznar, Rajoy, os Filipes e todos os zombies da transição não vão decidir sobre o futuro da Catalunha”.

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