Terão sido cerca de 2000 as peças roubadas do British Museum ao longo dos últimos anos por um funcionário que as vendia online. A estratégia do museu para recuperar os artefactos passa agora por um novo separador no site do British Museum, que se chama “Recovery of missing items” (recuperação de peças desaparecidas, em português) e foi lançado esta terça-feira para que o público ajude na reaver as peças em falta, segundo avançou o TheArtNewspaper.

No site, que pode ser consultado aqui, não é avançada uma descrição pormenorizada das peças, mas apenas “o tipo de objeto desaparecido” e fotografias dos mesmos, de maneira a que o público “tenha mais facilidade em identificá-los caso tenha estado em contacto com algum dos objetos roubados”, cita o jornal online.

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O museu acrescentou ao The Art Newspaper que está a contar com a ajuda do Registo de Arte Perdida sediado em Londres (Art Loss Register), que tem a maior base de dados de arte roubada do mundo. Um porta voz deste departamento explicou que a publicação de fotografias e pormenores sobre os objetos roubadas pode “permitir que as pessoas que têm as peças e agem de má fé evitem a deteção” de duas formas diferentes: “tanto vendendo por canais onde são feitas menos perguntas” ou “destruindo a peça”. Acrescenta ainda que, no caso das peças de joalharia do British Museum, uma identificação específica dos objetos poderia levar as pessoas que as têm na sua posse a “derreter o ouro” para realizarem o valor sem a deteção das peças.

Esta não foi a única novidade apresentada pelo British Museum no dia 26 de setembro. O museu deu também conta de que 60 peças já foram recuperadas e que outras 300 já foram identificadas e “devem ser devolvidas em breve”, mas não foram adiantadas informações sobre nenhumas delas.

Os itens roubados dividem-se em duas categorias: na primeira estão anéis de ouro, anéis de orelha e outras peças de joalharia e na segunda estão gemas gregas e romanas clássicas. Entre os objetos roubados estão peças de joalharia em ouro e gemas semi-preciosas datadas do século XV a.C e mais tarde.

Em meados do passado mês de agosto ficou a saber-se que inúmeras peças do British Museum foram roubadas do museu ao longo de anos e vendidas online. A instituição terá sido alertada para o facto em 2020, mas só no início de 2023 despediu o funcionário. O caso levou ao despedimento imediato do diretor do museu, Hartwig Fischer, que estava no cargo desde 2016.

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