A elevada procura, que se mantém há mais de um ano, levou à rutura de stock de dois medicamentos usados para controlar a diabetes, o semaglutido e o dulaglutido, avança o Jornal de Notícias. As farmácias não conseguem satisfazer todos os pedidos e alguns estabelecimentos já têm lista de espera.

A Sociedade de Portuguesa de Endocrinologia refere que existe “enorme procura internacional” e diz que “não tem havido capacidade de resposta para repor no mercado as quantidades que são procuradas”. Nas duas maiores cidades do país, Lisboa e Porto, as farmácias lamentam o baixo número de embalagens recebidas semanalmente, e que, sublinham, são insuficientes para responder à procura.

Antidiabético usado na perda de peso foi o medicamento com maior aumento de despesa

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Tanto o semaglutido como o dulaglutido são procurados por diabéticos mas também por pessoas que querem perder peso. Desde outubro do ano passado que a elevada procura neste segundo segmento tem provocado dificuldades de acesso aos fármacos. Vários estudos têm comprovado a eficácia destes fármacos, em formato de caneta injetável, na perda de peso.

O presidente da Sociedade de Portuguesa de Endocrinologia, João Jácome de Castro, defende que “deve ser dada prioridade às pessoas que têm diabetes e às que já estão a fazer terapêutica com eles”.

Apesar das dificuldades que muitos diabéticos enfrentam para conseguiram aceder aos fármacos, o Infarmed garante, ao JN, que os “medicamentos não estão notificados pelos laboratórios como estando em rutura”.

Esta não é a primeira vez que se registam limitações no abastecimento do mercado nacional. Há cerca de um ano, em outubro de 2022, o semaglutido (que é vendido sob o nome comercial Ozempic) entrou em rutura, também devido ao elevado número de prescrições off-label, destinadas a pessoas que pretendiam apenas perder peso.