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EUA. Continua a caça ao homem para encontrar suspeito de matar 18 pessoas no Estado do Maine

Este artigo tem mais de 6 meses

Autoridades fizeram buscas em casa de Robert Card, que continua em fuga. À margem da tragédia, congressista do Maine pediu desculpa por não apoiar leis de controlo de acesso a armas militares.

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Cidade de Lewiston, onde tiroteio teve lugar, continua sob recomendação para que população não saia à rua

AFP via Getty Images

Cidade de Lewiston, onde tiroteio teve lugar, continua sob recomendação para que população não saia à rua

AFP via Getty Images

Começou o segundo dia da caça ao homem para encontrar Robert Card, homem suspeito de ser o atirador que matou 18 pessoas e feriu outras 13 em Lewiston, no Estado do Maine, Estados Unidos da América. A operação em curso mobiliza neste momento dezenas de meios e agentes da autoridade na região, tendo já sido efetuada uma operação na última morada conhecida do suspeito; para já, o seu paradeiro permanece desconhecido.

Atirador mata pelo menos 18 pessoas em ataque em bar no Maine, Estados Unidos

No final da noite de quinta-feira, foi noticiado que a polícia se estaria a aproximar da última morada conhecida do suspeito, colocando-se a possibilidade de Card estar na propriedade. Tal acabou por não se confirmar, tendo as autoridades efetuado buscas nos dois edifícios contidos no endereço em questão.

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Na cidade vizinha de Lisbon, onde o carro de Robert Card, um Subaru branco, foi encontrado abandonado, permanece um dispositivo policial de guarda no local. O veículo foi encontrado perto de uma doca no rio Androscoggin, onde o suspeito teria um pequeno barco de cerca de 4,5 metros. A guarda costeira confirmou que a embarcação está desaparecida.

O mapa que as autoridades estão a utilizar nas buscas ao redor do rio

Numa conferência de imprensa esta sexta-feira às 15h00 (20h00 locais), as autoridades confirmaram que a busca está agora concentrada na zona do rio onde o carro de Card foi encontrado. O Comissário de Segurança Pública estatal, Mike Sauschuck, revelou que uma equipa de mergulhadores foi enviada para Lisbon para tentar perceber se o suspeito se fez à água.

Sauschuck acrescentou que os mergulhadores vão ser assistidos por meios aéreos que irão sobrevoar a área. Questionado sobre se as autoridades acreditam que o alegado atirador se suicidou no rio, o responsável não excluiu a hipótese. “Ainda não o localizámos (…) há muitas hipóteses em cima da mesa”, disse.

Investigação tenta apurar motivos do crime

Na intervenção desta tarde, o comissário referiu ainda que, além da caça ao homem, a investigação pretende ainda apurar os motivos que terão motivado Robert Card. “Estamos a tentar chegar ao ‘porquê’ de tudo isto. É muito difícil para a comunidade imaginar que este tipo de coisas pode acontecer”, reconheceu.

De acordo com as autoridades, um total de 530 pistas já lhes chegaram mediante denúncia pública – pistas cujo nível de veracidade variam. “[A polícia] precisa de tempo”, disse o responsável estatal, acrescentando que ainda faltam alguns dias para que as autoridades acabem de recolher toda a matéria relevante das duas cenas do crime.

Card terá levado a cabo o ataque em dois locais diferentes, primeiro num bar e depois num salão de jogos. À medida que novos detalhes vão emergindo relativamente às possíveis motivações e antecedentes do crime, a NBC deu conta de que o antigo militar norte-americano, que estava sinalizado por questões mentais, tem ligações a ambos os locais onde se deu o massacre.

Ouvido pela cadeia televisiva norte-americana, o pai de uma das vítimas contou que o alegado atirador era cliente habitual do bar onde começou o tiroteio. “Ele estava lá de vez em quando… toda a gente o conhecia”, disse. Há ainda relatos que indicam que uma ex-namorada de Robert Card está ligada a uma das localizações, outro indício de que a ecolha de local pode não ter sido aleatória. O suspeito já tinha, de resto, ameaçado realizar um tiroteio e mencionado “vozes na sua cabeça” que o impeliam a fazê-lo, e já estava por isso sinalizado.

O internamento em unidade de saúde mental, a formação em armas de fogo e as medalhas no Exército. Quem é o atirador que matou 18 pessoas?

Para já, continua a operação, em Lewiston e nas localidades vizinhas próximas, para encontrar o alegado atirador, que continua a monte. Os residentes da cidade do Maine onde ocorreu o crime continuam sob recomendação das autoridades para se abrigarem e não saírem à rua. A cidade vizinha de Auburn também recomendou aos seus habitantes que se abrigassem esta quinta-feira, não se sabendo para já se a indicação vai permanecer em vigor.

As escolas da cidade também vão continuar fechadas, confirmou o superintendente do sistema de ensino da cidade. “Não há aulas nas escolas públicas de Lewiston esta sexta-feira. Não vamos abrir os edifícios ou disponibilizar os autocarros escolares”, disse Jake Langlais, citado pela Sky News.

Congressista do Maine pede desculpa por não ter apoiado leis de controlo de armas

Este caso, mais um entre muitos na história recente dos EUA, veio reacender o debate em torno das leis (ou falta delas) para limitar o acesso a armas de fogo de calibre militar. O tema é há muito um dos mais fraturantes na política norte-americana, atendendo ao facto de que a Constituição do país consagra o direito dos cidadãos ao uso e porte de armas — a chamada Segunda Emenda, aprovada em 1791. O assunto divide opiniões e, ainda que de um modo geral, a necessidade de leis de controlo de armas seja apoiada pelo Partido Democrata e tenha a oposição do Partido Republicano, nem todos estão de acordo dentro das respetivas formações políticas.

É o caso de Jared Golden, político democrata eleito pelo 2º distrito do Maine para a Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso. Um dos poucos democratas contra a limitação do acesso às armas, Golden já votou ao lado dos republicanos e contra o próprio partido em várias propostas nesse sentido, a última das quais em 2022, quando foi chumbada uma proposta para aumentar a idade mínima para a compra de armas semi-automáticas, de 18 para 21 anos (21 anos é, de resto, a idade legal da maioridade nos EUA).

No seguimento do massacre no Estado que representa em Washington, Golden revelou ter mudado de opinião. Numa conferência de imprensa na quinta-feira, o congressista pediu desculpa ao eleitorado do Maine e disse estar pronto para apoiar esforços no sentido de limitar o acesso às armas.

“Uma série de erros de julgamento têm feito com que me tenha oposto à proibição de acesso a armas militares letais, como a que foi usada para cometer este crime”, disse o congressista democrata. “Chegou a altura de assumir a responsabilidade pelo meu falhanço, e é por isso que peço ao Congresso dos EUA que proíba o acesso a espingardas de alto-calibre. (…) Aos cidadãos de Lewiston, aos meus eleitores do 2º distrito, àqueles que perderam entres queridos e aos que saíram lesados, peço o vosso perdão e o vosso apoio à medida que tento pôr fim a estes horríveis tiroteios”, acrescentou.

O mea culpa de Golden juntou-se a outros apelos vindos do mais alto nível da política norte-americana para que algo seja feito em relação a este tema. O próprio Presidente dos EUA, Joe Biden, instou os congressistas republicanos a trabalharem com os democratas no sentido de aprovarem leis “básicas e de bom senso” que possam ajudar a prevenir tragédias futuras.

Presidente dos EUA repete apelo para leis de proibição de armas de assalto

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