O Bolide é, decididamente, o mais sofisticado dos Chiron. Não por ser mais refinado ou por estar mais recheado de equipamento e mordomias, mas porque tudo nele foi pensado e concebido para ser mais potente, leve e com maior apoio aerodinâmico para optimizar o desempenho em curva e nas travagens. E todas estas opções são perfeitamente aceitáveis, se tivermos em conta que este é um modelo exclusivamente para circular em pista, razão pela qual a prioridade da Bugatti foi maximizar a eficiência do comportamento.

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Como se a estética exterior (e agressiva) não bastasse para impressionar o cliente, a Bugatti revelou agora o interior do Bolide que vai começar a entregar em 2024, todas as 40 unidades que vão ser fabricadas e comercializadas por 4 milhões de euros cada. E, de acordo com o construtor, embora o modelo tenha sido concebido sobre a base do Chiron, foi também profundamente remodelado para ser mais baixo e com menor altura ao solo, com asa e splitter para colar a traseira e a frente ao solo e um habitáculo concebido para rodar em pista, com bancos que proporcionam maior apoio lateral para corpo e capacete, um painel de instrumentos mais completo e legível, além de um volante adaptado para conduzir em circuito, concentrando uma série de pormenores da mecânica e regulações do chassi.

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Extremamente implacável. Bolide é de tirar o fôlego

As fotos que a Bugatti divulgou tornam evidente que o luxo e os materiais sofisticados e nobres que sempre caracterizaram as restantes versões do Chiron desapareceram. No seu lugar reina agora fibra de carbono, opção justificada por ser robusta e sobretudo leve, associada ao revestimento minimalista que caracteriza os bancos de competição e que, no caso do Bolide, foi alargada a partes do tablier e portas por uma questão de decoração, de onde sobressai o tradicional “azul Bugatti”.

De recordar que o Bolide mantém o motor W16 do Chiron, com 8 litros de capacidade e soprado por quatro turbocompressores, que fornece 1600 cv, caso esteja a queimar gasolina com 95 octanas. Com combustível de competição, com cerca de 110 octanas, então o tunning do motor pode ser alterado (maior pressão dos turbos, mas não só) para atingir 1850 cv.

Bugatti Bolide é um avião com 1850 cv e só 1240 kg

Paralelamente, com o retirar de muitos equipamentos de conforto e todos aqueles específicos para circular na via pública, da regulação eléctrica dos bancos ao sistema de navegação, entre outros, o peso caiu dos 2070 kg do Chiron (um pouco menos se subtrairmos 75 kg para o condutor e mais de 100 kg para os 100 litros de gasolina no depósito e o respectivo óleo, incluídos no peso de homologação) para apenas 1450 kg. Este valor deixa antever uma capacidade de aceleração brutal, que fará as delícias de quem assuma o volante deste Bugatti que também usufrui de uma downforce de quase 3 toneladas, o que explica que consiga gerar forças de 2,5 G a curvar.