Pelo menos 118 países comprometeram-se este sábado a triplicar a capacidade de produção de energias renováveis, anunciou o presidente da COP28, Sultan Al Jaber, numa lista que não inclui os principais produtores ou consumidores de combustíveis fósseis.

Este compromisso, não vinculativo, assumido na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) pretende garantir que o objetivo seja incluído em qualquer acordo final da COP28.

“Peço respeitosamente a todas as partes (na COP) que se juntem a nós o mais rapidamente possível”, disse Sultan Al Jaber, citado pela AFP, no pódio do evento, que está a decorrer no Dubai. “Isto pode e vai ajudar o mundo a afastar-se do carvão” sem captura de carbono.

A lista fornecida pela presidência da COP28 não inclui os maiores países produtores ou consumidores de combustíveis fósseis: Rússia, Arábia Saudita, China, Irão, Iraque, Venezuela, Kuwait, Qatar, entre outros.

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Os subscritores comprometeram-se a “trabalhar em conjunto” para aumentar a capacidade global de energias renováveis (eólica, solar, hídrica, entre outras) para 11.000 gigawatts (GW) até essa data, em comparação com os cerca de 3.400 GW atuais, tendo em conta “os diferentes pontos de partida e circunstâncias nacionais” das várias nações.

No final de 2022, a capacidade global era de 3.372 GW, de acordo com a Agência Internacional para as Energias Renováveis, dominada pela energia hidroelétrica (37%) e solar (31%).

Os países também se comprometeram a duplicar a taxa anual de aumento da eficiência energética até 2030, de 2% para 4%, sendo que estes compromissos não são vinculativos.

A União Europeia lançou um apelo nesse sentido na primavera, apoiado pela presidência da COP28 e depois sucessivamente pelos países do G7 e do G20 (80% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa).

“Com este objetivo global, estamos a enviar uma mensagem muito forte aos investidores e aos mercados financeiros. Estamos a mostrar-lhes o caminho a seguir”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa entrevista à AFP no Dubai.

O primeiro-ministro português, António Costa, por sua vez, defendeu este sábado a necessidade de uma ação climática global mais rápida e ambiciosa para “inverter a trajetória que levará o planeta à rutura” e avisou que “não há humanidade B”.

“Inverter a trajetória que levará o nosso planeta à rutura exige uma ação mais rápida, mais concreta e mais ambiciosa, como nos pede o Secretário-Geral das Nações Unidas”, afirmou António Costa perante os líderes mundiais que participam na COP28, que está a decorrer no Dubai, Emirados Árabes Unidos.

O primeiro-ministro anunciou, agora oficialmente, que Portugal vai contribuir com cerca de cinco milhões de euros para o fundo de financiamento de ‘perdas e danos’ resultantes das alterações climáticas, um dos vários investimentos que disse serem necessários.