Já tinha acontecido na deslocação do Al Nassr ao Qatar para defrontar o Al-Duhail, voltou a acontecer na deslocação do Al Nassr ao Tajiquistão para jogar com o Istiklol: Ronaldo não seguiu na convocatória, todos os jornalistas locais fizeram perguntas sobre a opção, o técnico Luís Castro irritou-se com a questão, tudo foi depois serenado e sobraram elogios entre todos. Neste caso, não faltavam motivos para a saída do português dos eleitos, entre a qualificação já garantida para os oitavos da Liga dos Campeões Asiática e o problema no pescoço contraído frente ao Persepolis e que voltou a condicionar o jogador no jogo com o Al Hilal, mas nem por isso o capitão da Seleção deixou de ser motivo de conversa na antecâmara da partida.

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“Eu sou o treinador do Al Nassr, não sou um adepto. Respeito-te muito mas não podes fazer essa pergunta assim ou dizer isso sobre Cristiano Ronaldo”, atirou o treinador perante as dúvidas em torno das questões físicas invocadas para a ausência. “Não interprete mal a minha pergunta sobre Cristiano Ronaldo porque nós aqui amamos o Cristiano Ronaldo, simplesmente esperámos muitos e muitos anos para que ele visitasse o nosso país”, argumentou o jornalista. “Entendo esse amor pelo Cristiano Ronaldo, muitos o idolatram e ele gostaria de visitar o mundo inteiro. Respeitamos o adversário mas pretendemos vencer para estar entre os melhores líderes de grupo”, respondeu depois o português num tom mais calmo.

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Havia essa parte desportiva de tentar chegar aos 16 pontos e ser um dos melhores primeiros classificados da fase de grupos mas, em tudo o resto, o jogo com o Istiklol servia apenas para cumprir calendário tendo em conta as posições de ambos na competição e a densidade competitiva de ambos, sobretudo no caso do Al Nassr depois do duro revés sofrido na Liga saudita com a derrota frente ao Al Hilal que deixou a equipa de Riade a sete pontos do rival da cidade orientado por Jorge Jesus. E Luís Castro não escondeu isso mesmo entre as opções iniciais, juntando ao lesionado Alex Telles e ao castigado Brozovic mais estrelas no banco de suplentes como Sadio Mané, Talisca, Otávio, Laporte e Fofana, os cinco jogadores não locais na ficha de jogo. No final, sobrou um empate e a certeza de que o nível coletivo sem os melhores não tem mesmo nada a ver…

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Com uma equipa inicial 100% saudita desde que assumiu o comando do Al Nassr, Luís Castro foi vendo a formação saudita criar oportunidades pelos internacionais Abdulmajeed Al-Sulaiheem (remate defendido para canto, 15′) e Ghareeb (tentativa muito ao lado em boa posição, 20′) mas nem por isso assumir o controlo da partida num relvado sintético que não estava fácil para nenhum dos conjuntos. Sem grandes hipóteses de visar a baliza do habitual suplente Al-Najjar, o Istiklol aproveitou ainda assim para inaugurar o marcador na sequência de um erro numa saída de bola do Al Nassr a partir da sua área, com o capitão Alisher Dzhalilov a rematar rasteiro de pé esquerdo de fora da área para o 1-0 que deixou as bancadas lotadas em completo delírio pela vantagem diante de um adversário muito mais cotado em contexto asiático (32′).

Ao intervalo, mesmo sem mexer em jogadores, Luís Castro corrigiu posicionamentos, subiu linhas e “agitou” sobretudo a própria postura da equipa, que chegou ao empate logo no reatamento com um golo de Ghareeb na recarga a uma primeira defesa do guarda-redes Rustam Yatimov (50′) e teve depois mais oportunidades para a reviravolta, desperdiçadas por Ghareeb e Al-Sulaiheem na área. Aos poucos, os visitados conseguiram reequilibrar a partida e beneficiaram de um lance flagrante de golo em que um desvio de Beganovic ficou nas mãos de Al-Najjar (67′) antes da entrada de Talisca em campo, numa derradeira tentativa de chegar ao golo por parte do Al Nassr que não apareceu apesar de Otávio ainda ter sido lançado… nos descontos.