Joe Biden afirmou, esta terça-feira, que, ao contrário de Washington, o Governo israelita “não [quer] uma solução de dois Estados” com os palestinianos e apelou ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para “mudar” o seu executivo.

Netanyahu falou de “desacordos” com o líder americano sobre a sua visão a longo prazo, uma vez terminado o conflito na Faixa de Gaza. “Este é o Governo mais conservador da história de Israel”, afirmou o presidente americano.

Foi a primeira vez, desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, que o democrata de 81 anos afirmou publicamente as suas divergências com o executivo israelita. Joe Biden, perante doadores do Partido Democrata, apelou a Benjamin Netanyahu para que “reforce e mude” o executivo, para encontrar uma solução de longo prazo para o conflito israelo-palestiniano.

O Presidente dos EUA considerou que Israel, que bombardeia intensamente a Faixa de Gaza, começa a perder o apoio da opinião pública mundial.

Na segunda-feira, numa receção na Casa Branca para assinalar a festa judaica do Hanukkah, Joe Biden tinha dito que os israelitas deviam ser “cautelosos”, porque “a opinião pública mundial pode mudar a qualquer momento”.

O Presidente norte-americano voltou também a falar da sua relação notoriamente difícil com o primeiro-ministro israelita. O Presidente dos Estados Unidos referiu que Benjamin Netanyahu tinha uma fotografia na sua secretária que o mostrava na companhia de Joe Biden quando este último era um jovem senador. O democrata acrescentou que tinha escrito a seguinte frase na fotografia: “Bibi [alcunha do líder israelita], gosto muito de ti, mas não concordo com nada do que dizes”.

“Isso continua a ser verdade hoje”, acrescentou Joe Biden, perante os representantes da comunidade judaica que convidou para a Casa Branca.

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