Endrick é o protagonista do futuro do Real Madrid. Aos 17 anos, o brasileiro formado no Palmeiras já assinou com os merengues, num negócio que pode chegar aos 60 milhões de euros, e vai mudar-se para Espanha no próximo ano e quando atingir a maioridade. O que agora se descobriu, porém, é que Endrick poderia ter-se tornado o protagonista do futuro de outro gigante europeu.

Em declarações ao jornal The Guardian, o pai do avançado lançado por Abel Ferreira na equipa principal do Palmeiras revelou que tudo esteve acertado e decidido para que Endrick rumasse ao Chelsea. “Recebemos um convite do Chelsea, do próprio dono, e fomos lá para conhecer o clube e o país. Vimos o jogo do Chelsea contra o Arsenal e tivemos a oportunidade de conhecer o treinador, as instalações, o Jorginho, o Azpilicueta e o Thiago Silva. Explicaram-nos tudo. Apresentaram-nos uma pessoa que ia ajudar a instalar-nos, mostrou-nos a casa em que iríamos viver, a escola que iria apoiar o Endrick, a igreja que iríamos frequentar. Estava tudo em ordem para nós e para o Chelsea”, começou por contar, acrescentando que tudo acabou por ruir.

“Tudo caiu no último momento. Não posso dizer que estava tudo feito a 100% porque ainda não tínhamos assinado, mas o acordo estava fechado. Já estava conformado com a ideia de ir viver para Londres, com todo aquele frio. Mas a dada altura, numa noite, o representante do meu filho ligou e disse que o dono do Chelsea tinha retirado a proposta porque o preço que teriam de pagar pelo Endrick iria inflacionar o mercado. Eram 60 milhões de euros, no total, por um miúdo de 16 anos que só iria chegar ao país quase dois anos depois”, atirou Douglas Sousa, terminando com a ideia de que “depois chegou o Real Madrid”.

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Na mesma entrevista, o próprio Endrick recorda o contexto de pobreza e dificuldades em que cresceu e revela que tem o objetivo de chegar à população mais “excluída”. “Estabeleci como objetivo pessoal que tenho de aprender cinco línguas diferentes. Uma delas vai ser mesmo muito diferente, mas muito importante para mim, porque quero aprender língua gestual. Quero poder contactar com toda a gente. Quero falar com os que não podem falar e não podem ouvir”, explicou o brasileiro, que é muito crítico da forma como Neymar é tratado no próprio país.

“É fácil perceber o que acontece. Em Portugal, o Cristiano é um ídolo, toda a gente gosta dele. Na Argentina, o Messi é um ídolo, toda a gente gosta dele. Na Polónia, o Lewandowski é um ídolo. E depois vemos o que fazem ao Neymar no Brasil. Parece que os brasileiros não gostam dele. E isso deixa um jogador muito afetado, muito triste. Mas tento não pensar muito isso, para não ficar incomodado. Quero que os brasileiros estejam felizes com a seleção brasileira”, atirou o jovem jogador, que acabou de conquistar o Brasileirão com o Palmeiras.

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