Dois adolescentes de 16 anos foram esta quarta-feira dados como culpados do homicídio de Brianna Ghey, uma jovem transgénero britânica que foi assassinada em 11 de fevereiro deste ano num parque na cidade de Warrington, no Reino Unido.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, os dois adolescentes — um rapaz e uma rapariga de 16 anos cujas identidades foram ocultadas — foram considerados culpados de forma unânime por um tribunal de júri em Manchester.

Ainda segundo aquele jornal, a sentença deverá ser conhecida no próximo mês. Tudo indica, diz o The Guardian, que os dois adolescentes serão punidos com uma pena de prisão perpétua — mas a juíza terá de analisar mais detalhes do caso para decidir qual o tempo mínimo que os dois terão de passar na prisão antes de poderem ser elegíveis para uma saída antecipada.

O crime terá sido motivado pelo fascínio que a adolescente tinha por assassinos em série e por vídeos de tortura na internet, bem como pela obsessão que desenvolveu por Brianna, de quem era amiga desde alguns meses antes. Foi nessa altura que a rapariga, identificada como “X”, começou a planear o homicídio de Brianna.

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O outro adolescente, identificado como “Y”, que não conhecia Brianna, ajudou “X” com o plano. “X” e “Y” assassinaram Brianna no dia 11 de fevereiro deste ano com 28 facadas num parque em Warrington.

Uma parte substancial das provas usadas em tribunal consistiu nas mensagens de WhatsApp trocadas entre “X” e “Y”, que descreveram detalhadamente os seus planos para o homicídio, descrevendo-a como “presa”. “Y” terá mesmo dito, numa mensagem: “Quero ver se vai gritar como um homem ou como uma rapariga.”

Em tribunal, “X” e “Y” apresentaram versões contraditórias, acusando-se mutuamente do crime.

O homicídio de Brianna causou grande controvérsia no Reino Unido, motivando a realização de vigílias em honra da jovem, mas também criando um ambiente de insegurança para a comunidade LGBTQ.

O julgamento foi acompanhado pela família de Brianna e também pelas mães de “X” e “Y”, que, no final da leitura do veredicto, choraram no tribunal, descreve o The Guardian.

Além disso, devido ao facto de serem muito jovens, “X” e “Y” foram acompanhados em tribunal por intermediários, com o objetivo de assegurar que os dois menores compreendiam os procedimentos judiciais, e “Y” pôde até testemunhar por escrito.