Françoise Hardy, que faz 80 anos em janeiro, escreveu uma carta aberta ao Presidente francês Emmanuel Macron onde lhe pediu que legalize a eutanásia em França. No texto, publicado no jornal La Tribune, no dia 17 de dezembro, a cantora, um dos símbolos do movimento yé-yé, afirma querer pôr fim à vida e ao sofrimento causado pelo cancro na faringe — “Quero partir em breve e de maneira rápida”, pode ler-se.

Hardy pede a Macron que “tenha empatia” e que deixe que “os franceses que estão muito doentes e que já não têm esperança parem com o seu sofrimento quando sabem que já não há alívio possível”.

Perante a lei francesa a eutanásia é um crime punível e os profissionais de saúde que a realizam ficam proibidos de exercer. Em 2021 foi rejeitada uma proposta de lei que legalizaria a eutanásia. O Presidente Macron já garantiu que apresentará uma nova proposta em fevereiro de 2024.

Esta não é a primeira vez que a cantora francesa aborda o tema; já em 2021, em entrevista, pediu ao seu país que lhe desse o direito à morte medicamente assistida, perante o “sofrimento físico terrível” que suporta há vários anos.

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Perante um “sofrimento físico terrível”, Françoise Hardy reclama direito à eutanásia em França

Há mais de dez anos que a também atriz e compositora sofre com problemas de saúde: teve um linfoma, um cancro num ouvido e desde 2018 que luta com um cancro na faringe. Durante longos anos fez radiação e imunoterapia que lhe causaram dificuldades em engolir e falar além de dores intensas.

Na carta aberta a Macron, a cantora de Tous les garçons et les filles (“Todos os rapazes e raparigas”, na tradução), em 1962, conta que tem problemas de equilíbrio e memória. “Devido à minha visão deteriorada, infelizmente já não posso ler nem ver televisão. Quando encontrava um bom filme, era a melhor maneira de desligar”, confessa na carta.

A doença obrigou a artista, conhecida por cantar baladas melancólicas e por ter ajudado a popularizar o movimento pop yé-yé nos anos 60 e 70, a deixar de cantar. Mas há um dado que os sucessivos cancros não podem roubar a Françoise Hardy:  é ainda uma das cantoras mais vendidas da história da música francesa.