O chef francês Aurelien Largeau, de 31 anos, distinguido com uma estrela Michelin em 2021 pela liderança do La Table, luxuoso restaurante do Hôtel du Palais, em Biarritz, demitiu-se na semana passada após a denúncia de uma praxe humilhante a um elemento do seu staff.

À AFP, citada pela France 24, uma porta-voz do grupo Hyatt, proprietário do hotel de luxo no sudoeste francês, disse que a gerência tinha sido informada de um “incidente preocupante” que tinha sido filmado e partilhado online, não avançando mais detalhes.

No entanto, o episódio acabou por ser denunciado pelo jornal regional Sud Ouest, que informou tratar-se de um ritual de iniciação na cozinha do La Table, durante o qual um recém-contratado — sabe-se apenas que é um homem — terá alegadamente passado várias horas amarrado a uma cadeira completamente nu, com uma maçã na boca e uma cenoura inserida no ânus.

Todos os membros do staff, ao qual se referem como a “brigada da cozinha”, terão assistido ao ritual “humilhante”, levado a cabo “sob autoridade e na presença do chef Aurelien Largeau”, ainda de acordo com o Sud Ouest. O vídeo foi entretanto apagado.

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“A equipa da gerência do Hôtel du Palais concluiu uma investigação que foi iniciada imediatamente após as alegações preocupantes e imagens relacionadas com o incidente que teve lugar nas instalações do hotel. O incidente não refletiu os fortes valores que defendemos e já foram tomadas decisões apropriadas“, lê-se num comunicado de imprensa emitido pelo Hyatt, citado pelo Daily Mail.

E continua: “A segurança, bem-estar e saúde dos nossos colegas, hóspedes e parceiros é sempre a nossa maior prioridade. Devido às diretrizes da nossa empresa e para respeitar a privacidade de todos os envolvidos, não podemos fazer mais comentários.”

Largeau foi contratado para liderar a cozinha do Hôtel du Palais em março de 2020, no início da pandemia. Meses mais tarde, em 2021, foi distinguido com uma estrela Michelin.

As praxes são proibidas na lei francesa, embora ainda se mantenham prática comum na cultura da restauração. No entanto, as mentalidades no setor mudaram, levando a um aumento da pressão e das denúncias sobre casos de abusos, agressões sexuais e misoginia.