A coleção de títulos do Manchester City não para de aumentar. A questão é: ainda há como motivar estes jogadores a obrigarem o responsável pelo museu a arranjar espaço para mais? O terceiro lugar na Premier League à entrada para a jornada 21 tem provocado em Inglaterra um debate baseado na capacidade que ainda resta aos citizens para se reinventarem e não deixarem fugir o Liverpool que, após um ano desastroso, voltou a ser a equipa que todos sabiam que era.

O adeus em festa com um sexto “troféu” à espreita: De Bruyne está de volta (a crónica do Manchester City-Sheffield United)

Pep Guardiola é mestre na arte de acrescentar novas dinâmicas na forma de jogar do Manchester City, logo, se for necessário retocar, por certo que o técnico o vai fazer, sabendo do nível que um campeonato tão competitivo como a Premier League apresenta. “Sabia o que ia acontecer depois de vencermos o treble. [Precisamos de] ultrapassar a ressaca do treble, descreveu o técnico. “Sei que o Liverpool está a jogar de forma inacreditável, de volta ao seu melhor momento em muitos anos, sei que será difícil.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A antevisão de Pep Guardiola ficou ainda marcada pelas palavras dirigidas ao antigo treinador do Manchester City e da seleção inglesa, Sven-Göran Eriksson, que anunciou ter sido diagnosticado com um cancro terminal. “É uma notícia triste. Um verdadeiro cavalheiro. Esteve aqui na seleção inglesa e noutros países, é uma notícia muito triste. Admiro a coragem de explicar a situação”, lamentou Guardiola. “Em nome do Manchester City, todos nós lhe enviamos um forte apoio. É claro que tudo o que pudermos fazer [por Eriksson], faremos.”

“Tenho talvez, na melhor das hipóteses, um ano de vida. Na pior das hipóteses, ainda menos”: a dura confissão de Eriksson sobre o cancro

O novo ano cedo trouxe notícias bem melhores para o Manchester City. Contra o Huddersfield (5-0), em jogo da FA Cup, Kevin De Bruyne somou os primeiros minutos desde a lesão prolongada que o afastava desde agosto. O belga espreitava frente ao Newcastle o regresso à Premier League. Por outro lado, quanto a Haaland, afastado desde o início de dezembro, só deve voltar no final de janeiro.

As frustrações do Newcastle eram maiores. Três derrotas consecutivas na Premier League afastaram os magpies dos lugares europeus, objetivo que o investimento saudita no clube torna quase obrigatório. No entanto, a jogar em St. James’ Park, a equipa Eddie Howe já tinha vencido Aston Villa, Arsenal, Manchester United e Chelsea. Para fazer face ao adversário que participou na fase de grupos da Liga dos Campeões, o Manchester City utilizou Rúben Dias e Bernardo Silva como titulares. Matheus Nunes esperou no banco de suplentes por uma oportunidade.

A primeira parte foi completamente atípica. O guarda-redes do Manchester City, Ederson, lesionou-se e Guardiola lançou Ortega que teve que passar por um momento complicado nos minutos seguintes, mas já lá vamos, que antes aconteceu um dos melhores momentos do encontro. Na ausência de Haaland, Bernardo Silva (26′) apareceu na zona do ponta de lança e colocou os citizens na frente com um desvio de calcanhar.

O Newcastle tinha marcado logo no primeiro minuto, mas o lance foi invalidado por fora de jogo. De qualquer forma, a reação ao golo do internacional português não podia ter sido melhor. Em dois minutos, os magpies completaram a cambalhota no resultado. Isak (35′) e Gordon (37′) fizeram Ortega desejar ter ficado onde estava.

O Manchester City foi atrás do resultado. Bernardo Silva deu lugar a Kevin De Bruyne que empatou o jogo (74′) cinco minutos após estar em campo. Depois, foi Premier League a ser Premier League. Oscar Bobb, também ele lançado instantes antes, deixou os citizens em vantagem (2-3), impedindo que os campeões em título perdessem terreno no St. James’ Park. A equipa de Guardiola está a dois pontos do líder Liverpool.