O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não respondeu até agora aos telefonemas feitos pelo secretário-geral da ONU desde 07 de outubro, data do ataque do movimento islamita palestiniano Hamas que desencadeou a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

António Guterres reconheceu, esta quarta-feira, numa entrevista à estação televisiva Al-Jazira, em Davos, que ainda não falou com o chefe do Governo israelita, e depois, o seu porta-voz, Stéphane Dujarric, emitiu na sua conferência de imprensa diária em Nova Iorque alguns comentários sobre o assunto.

Dujarric não especificou quantas vezes tentou Guterres comunicar com Netanyahu: “Não é alguém a ligar todos os dias [e a dizer] liga-me de volta, liga-me de volta. Existe um protocolo diplomático”, afirmou.

“Sabemos que a mensagem [da chamada] foi recebida, e o facto de eles não terem ligado não impediu o secretário-geral de ter um amplo leque de contactos com responsáveis israelitas”, explicou Dujarric, apontando entre os interlocutores o Presidente de Israel, Isaac Herzog, e o representante israelita junto da ONU, Gilad Erdan.

Quase desde o princípio da guerra, a ONU tem sido acusada de parcialidade pró-palestiniana pelo Governo israelita — em particular, a pessoa do secretário-geral da organização, cuja demissão foi já exigida por vários membros do executivo de Netanyahu.

O Governo de Israel ficou particularmente irritado com a afirmação de Guterres de que os ataques de 7 de Outubro do Hamas “não surgiram do nada, mas de 56 anos de ocupação sufocante”, uma declaração que o alto responsável das Nações Unidas nunca retirou.

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