Em condições normais, e mesmo numa fase precoce da segunda volta da fase regular do Campeonato, um clássico entre FC Porto e Benfica no Dragão Arena deveria corresponder à luta pelo primeiro lugar. Não era. Aliás, entre um calendário mais denso nesta fase, o encontro poderia ter especial relevância tendo em vista o terceiro posto da classificação, tendo em conta os quatro pontos de distância entre os dragões e os líderes Sporting e Oliveirense e os mesmos quatro pontos de atraso dos encarnados face aos azuis e brancos. Em paralelo, este seria um duelo de “momentos”, com o FC Porto a querer prolongar a série de seis vitórias consecutivas iniciada neste ano civil e o Benfica a pretender travar os recentes deslizes com Sporting (Liga Europeia) e Valongo antes de mais dois dérbis com os leões na Luz para a Liga Europeia e o Campeonato.

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“É sempre bom ter um mês só com vitórias mas sabemos a dificuldade do jogo e, portanto, essa motivação extra é muito bem-vinda. Estamos muito concentrados, encaramos este clássico com a vontade toda e já sabemos que é um jogo sempre difícil. São os jogos que todos gostamos de jogar mas temos que o disputar com a máxima capacidade. A defesa é sempre fundamental em qualquer desporto, claro que vamos enfrentar uma equipa super difícil e sabemos o que temos de fazer. Contamos com o apoio dos nossos adeptos, que é fundamental para este tipo de jogos. Sem eles fica mais difícil e por isso contamos todos com um pavilhão cheio. Estamos ansiosos por entrar e ver uma multidão de azul e branco”, comentara Leonardo Pais, habitual guarda-redes suplente do FC Porto na sombra de Xavi Malián, falando aos meios do clube.

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“O FC Porto é uma equipa excelente, difícil e vai ser um desafio extremamente motivacional. Permite-nos, em termos de foco e de energia, estar no máximo, pois está no ADN dos jogadores gostar deste tipo de encontros, num ambiente sempre difícil mas motivante. Devido a uma fase menos conseguida, não tanto em termos exibicionais mas por vários fatores, não estamos a averbar os pontos onde devíamos. Agora, daqui para a frente, temos a obrigação de, mais uma vez, lutar pela vitória em todos os campos. Temos de ir buscar o máximo de pontos possíveis, manter a classificação em que estamos e olhar mais para a frente, onde está o FC Porto. É esse posto que queremos alcançar. Daí este jogo ser tão importante. Deve ser encarado de uma forma séria, sem qualquer tipo de relaxamento”, salientara Nuno Resende, técnico do Benfica, à BTV.

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Olhando para os últimos duelos, eram os lisboetas que partiam com esse ascendente, não só pela vitória no encontro da primeira volta no Pavilhão da Luz mas também pelo triunfo a cinco jogos nas meias-finais do último Campeonato antes da vitória na final com o Sporting. Ainda assim, e olhando para todos esses duelos, o fator casa tinha um especial peso, sendo que os dragões chegavam a este clássico com oito triunfos a jogar no Dragão Arena com os encarnados (a última derrota tinha sido em maio de 2022). Agora, chegou o nono. E se a primeira parte ainda deixou tudo em aberto, os dez minutos iniciais do segundo tempo fizeram toda a diferença, com o FC Porto a consolidar uma vantagem larga frente a um Benfica irreconhecível nesse período e que complicou as contas a nível de fase regular do Campeonato tendo em conta o top 3 perante um Dragão Arena ao rubro com a parte dos Super Dragões cheia e Pinto da Costa na tribuna.

A partida começou a um bom ritmo, com as duas equipas a criarem boas situações de remate sempre em ataque organizado travadas por Xavi Malián e Pedro Henriques e com cuidados extra para tapar depois os espaços para saídas rápidas, e foi o FC Porto que conseguiu inaugurar o marcador ainda cedo por Carlo Di Benedetto, após assistência na recarga de Gonçalo Alves que viu Pedro Henriques tirar-lhe um golo “feito” na área (4′). O ascendente que os dragões estavam a conseguir levou Nuno Resende a pedir uma pausa técnica mas nem por isso o Benfica agarrou no jogo a ponto de criar muitas oportunidades para o empate. Ainda assim, havia crédito no banco e foi a aposta no mais novo da equipa que trouxe o desejado golo com Zé Miranda a arriscar a meia distância descaído sobre a direita para uma defesa de Xavi Malián que bateu na trave e entrou (18′). O intervalo chegava com o empate e com tudo em aberto para os últimos 25 minutos.

Aí, a reentrada dos dragões fez toda a diferença: Hélder Nunes aproveitou um cartão azul a Nil Roca para fazer o 2-1 num grandes gesto técnico de livre direto (29′) e Gonçalo Alves beneficiou de um ressalto após uma saída rápida para aumentar para 3-1 (31′), fazendo com que Nuno Resende parasse de imediato o jogo sem resultados práticos perante o 4-1 de Hélder Nunes depois de uma assistência de Carlo Di Benedetto (33′), um livre direto falhado por Carlos Nicolia pela décima falta dos azuis e brancos e o 5-1 de Edu Lamas depois de assistência de Rafa (35′). O clássico estava decidido sendo que o FC Porto continuou com tudo na partida, dilatando a vantagem para 6-1 com hat-trick de Hélder Nunes (39′). Até final, Roberto Di Benedetto falhou um livre direto por azul a Telmo Pinto (42′) e Diogo Barata ainda fez o 7-1 em under play (43′).