Primeiro Paulo Dybala, depois Rui Patrício, de seguida Diego Llorente e mais uns quantos. No dia em que José Mourinho foi chamado ao gabinete de Dan Friedkin para saber que estava despedido, na sequência de uma derrota em San Siro frente ao AC Milan que aumentou essa série negativa para apenas uma vitória em seis encontros contra formações da primeira metade da tabela classificativa, alguns jogadores foram nas horas seguintes deixando mensagens de agradecimento ao treinador, que foi também saudado por cerca de 50 adeptos à porta de Trigoria que pediam a demissão dos próprios proprietários da Roma. No entanto, e se essa foi a principal imagem que ficou, nem tudo terão sido “rosas” nesse adeus aos giallorossi.

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Mourinho não terá gostado da forma como o processo de rescisão aconteceu. Aliás, não terá gostado da forma como tudo acabou por bater certo com o que a imprensa transalpina já advogava na véspera, não só com a saída do português mas também com a chegada de Daniele De Rossi ao comando, não tanto pelo que fez na primeira experiência a solo depois de deixar a equipa técnica de Roberto Mancini na seleção (três vitórias em 17 partidas na SPAL) mas por ser alguém acarinhado pelos adeptos romanos, que não esquecem aquele que foi o sucessor do Imperador, Francesco Totti. E terá apontado também o dedo ao plantel.

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De acordo com o jornal Il Messaggero, o técnico português despediu-se dos jogadores deixando o anel que lhe tinha sido oferecido por todo o plantel depois da vitória na Liga Conferência, em 2022, com o Feyenoord. O anel e uma mensagem, neste caso colocados no cacifo do capitão de equipa, Lorenzo Pellegrini: “Quando vocês se tornarem homens, devolvem-me isso”. Razão? José Mourinho não gostou da forma como o grupo dos giallorossi recebeu De Rossi, esperando que existisse outro tipo de solidariedade após a saída pelo menos numa primeira fase quando tinha chegado ao fim uma ligação de dois anos e meio ao clube.

Segundo uma outra publicação, neste o La Repubblica, Pellegrini terá sentido esse gesto e ligou ao técnico para garantir que não tinha havido qualquer tipo de traição, que o reconhecimento pelo que tinham feito juntos era transversal a todos e que a própria aposta em Daniele De Rossi tinha apanhado de surpresa os jogadores. No entanto, o anel continua em Roma quando o treinador vai mantendo as suas viagens pela Europa, neste caso tendo passado este domingo pelo Estádio da Luz para ver o Benfica-Gil Vicente.

À margem de tudo isso, a Roma mantém a recuperação na tabela classificativa e somou o terceiro triunfo consecutivo com o antigo capitão no comando, nesta vez o mais expressivo de todos na receção ao Cagliari. Lorenzo Pellegrini inaugurou o marcador logo no segundo minuto do jogo, com Paulo Dybala a aumentar a vantagem ainda antes do intervalo (23′) antes de bisar de grande penalidade (51′). Dean Huijsen, última contratação de Mourinho, fechou as contas aos 59′. Com este resultado, os romanos mantêm a pressão sobre a Atalanta, ocupando a quinta posição a um ponto do conjunto de Bérgamo (com mais um jogo realizado).