O porta-voz da Plataforma P’la Reposição das Scut na A23 e A25, Luís Garra, disse esta terça-feira que Pedro Nuno Santos veio “ao clube dos que sempre estiveram contra as portagens” e pediu ao secretário-geral do PS coerência.

Não pode fazer como António Costa, que também disse que o seu objetivo era eliminá-las e depois, em oito anos, andou a fazer que andava, sem andar, e no jogo do empurra. É preciso haver coerência, até para que haja credibilização da ação política”, sublinhou o representante do movimento que junta sete entidades, à margem da conferência “A reposição das Scut no interior e a mobilidade e a sustentabilidade da Beira Interior”, realizada na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, distrito de Castelo Branco.

Segundo Luís Garra, o PS “aderiu agora àquilo que já eram posições anteriores de outros partidos, nomeadamente do PCP e do Bloco de Esquerda”, e apelou para que a cabeça de lista da AD pelo círculo de Castelo Branco “convença” o líder do PSD, Luís Montenegro, a mudar a sua opinião sobre as Scut (antigas vias sem custos para o utilizador).

O porta-voz da Plataforma alertou que “esta questão não pode ser tratada como se fosse igual ao litoral e aos grandes centros”.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, prometeu, em 27 de janeiro, eliminar todas as portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador no interior do país e no Algarve.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Pensionistas, IVA e portagens. Pedro Nuno apresenta propostas para pôr país “a girar mais rápido”

De acordo com o secretário-geral do PS, em causa estarão a A4, A22, A23, A24 e A25.

Na conferência promovida pela Plataforma estiveram candidatos por Castelo Branco às eleições de 10 de março e a cabeça de lista da AD, Liliana Reis, frisou que, embora a força política que representa preconize uma redução gradual e progressiva do valor das portagens, a sua opinião é diferente e defendeu a reposição das Scut.

A minha posição é que é necessária a abolição total e imediata” das portagens, vincou Liliana Reis. “Trata-se de repor as Scut na verdadeira aceção da palavra”, acrescentou.

A candidata deu o exemplo da postura que tem mantido na Assembleia Municipal do Fundão, onde é eleita e nem sempre votou em conformidade com o executivo, de maioria social-democrata, ilustrou.

Na sessão, apenas o candidato da Iniciativa Liberal, Manuel Lemos, considerou que deve ser mantido “o princípio do utilizador-pagador”, embora tenha sublinhado que as portagens são “um custo demasiado grande para quem está no interior” e que essa “penalização” pode ser compensada “por via da redução de impostos de forma seletiva”.

O cabeça de lista do PS, Nuno Fazenda, atual secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, mencionou as reduções no valor a pagar nas antigas Scut e comprometeu-se com a reposição das vias sem custos para o utilizador.

“Nós não vamos baixar mais as portagens, vamos eliminar as portagens”, prometeu, comentando que Liliana Reis “pode estar contra as portagens, mas se o PSD ganhar, não vamos ter o fim das portagens”.

Jorge Fael, primeiro candidato do PCP, frisou que a sua posição sempre foi a mesma, que o seu partido “o que diz no país, diz no distrito” e garantiu que continuará a estar ao lado de quem se manifesta contra as portagens.

“O PS propõe agora a eliminação das portagens, passados 13 anos. Podem contar com o nosso voto para a abolição das portagens”, disse o candidato comunista.

A representante bloquista, Catarina Taborda, salientou que “o BE sempre foi muito coerente na abolição das portagens”.

“É importante ter alguém no Parlamento que garanta que não são meras promessas eleitorais”, alertou Catarina Taborda.

A A23 (Autoestrada da Beira Interior) liga Guarda a Torres Novas (A1), enquanto a A25 (Autoestrada Beiras Litoral e Alta) assegura a ligação entre Aveiro e a fronteira de Vilar Formoso.