O líder dos rebeldes iemenitas houthis, Abdelmalek al-Huthi, declarou esta quinta-feira que o grupo conseguiu impedir a passagem de navios “ligados a Israel” no estreito de Bab al-Mandeb, o que considerou uma “verdadeira vitória” nas suas operações no mar Vermelho.

“Os barcos do inimigo israelita detiveram por completo a sua navegação através de Bab al-Mandeb em direção ao mar Vermelho e isso é um verdadeiro feito e uma verdadeira vitória”, afirmou o líder rebelde num discurso transmitido pela televisão.

Na sua intervenção, Al-Huthi indicou que “os barcos [israelitas] costumavam atravessar constantemente” essa passagem, que definiu como “uma rota importante para o movimento comercial marítimo do inimigo sionista”, mas deixaram de o fazer após os numerosos ataques efetuados pelos houthis a partir de 19 de novembro último.

Agora, “a sua circulação foi completamente interrompida [e] dependem em grande medida de outros navios fretados para transportar as suas mercadorias e passar por ali (…). Estas operações valeram-lhes prejuízos significativos (…) na ordem dos milhares de milhões”, acrescentou.

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Segundo Al-Huthi, estas ações “dificultaram inclusive a chegada de ovelhas e gado bovino importados da Austrália”, ao passo que o porto de Eilat, no sul de Israel, foi “completamente paralisado” pelos ataques com mísseis.

O líder dos rebeldes houthis também comentou a intervenção dos Estados Unidos contra a sua sabotagem marítima, afirmando que nenhum dos ataques dos Estados Unidos ou dos seus aliados os impedirá de continuar as suas operações contra navios mercantes, mas também contra navios de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido, que “se tornaram alvos no mar”.

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“Pela primeira vez, os Estados Unidos encontram-se numa situação assim, em que os seus barcos e navios de guerra se tornaram alvos claros. Talvez nunca, desde a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos tenham enfrentado uma situação como esta”, observou.

Os rebeldes houthis, apoiados pelo Irão, iniciaram em meados de novembro os ataques aos navios que navegavam no mar Vermelho – por onde circula cerca de 15% do comércio mundial -, no âmbito das suas ações contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

As operações houthis obrigaram várias companhias de navegação a alterar as suas rotas, com efeitos económicos à escala global, o que levou os Estados Unidos a liderar uma coligação internacional para intervir e evitar consequências no comércio mundial.