A noite que poderia tornar-se de sonho, com uma aproximação a Benfica e Sporting que recolocaria a equipa mais próxima na luta pelas duas primeiras posições do Campeonato, acabou por tornar-se num verdadeiro pesadelo. Contra o Arouca, com quem nunca tinha perdido, o FC Porto voltou a sofrer um golo no minuto inicial oito anos depois, consentiu três golos como nunca tinha acontecido e além da derrota que deixou os rivais diretos a sete pontos (sendo que os leões têm menos um jogo) até o estatuto de melhor defesa da Liga perderam. Ao todo, os azuis e brancos já igualaram o pior registo de derrotas no Campeonato das últimas oito épocas (quatro) e têm a segunda pior série de desaires também nas últimas oito temporadas.

O ai Jesus de Fábio por ter um Cristo pela frente (a crónica do Arouca-FC Porto)

No final, o momento fez-se sentir no Municipal de Arouca. Os cânticos de “Palhaços, joguem à bola” tinham sido “congelados” nos últimos minutos quando Francisco Conceição ainda reduziu a desvantagem para 3-2 mas regressaram quando a equipa se aproximou da bancada onde se concentravam os adeptos portistas, o que fez com que, ao contrário do que acontecera no Bessa, os jogadores acabassem por ficar a meio caminho antes da habitual roda e do regresso aos balneários. Mas a noite ainda não tinha “acabado”.

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“Houve algum desperdício, é o treinador que não percebe nada disto…”, diz Sérgio Conceição (antes de abandonar flash interview)

No regresso ao Dragão, e numa imagem que há muito não se via (e que desde que Sérgio Conceição assumiu o comando da equipa se tornou rara), cerca de 50 adeptos esperaram a equipa junto à entrada da garagem, com um reforço policial notório no local, para manifestarem o seu descontentamento com a exibição e com o resultado, voltando os cânticos de “Palhaços, joguem à bola” a par de “Vocês são uma vergonha”. Quando os jogadores dos azuis e brancos começaram a sair nas suas viaturas, o tom das críticas foram aumentando, com insultos e a música “O Porto é nosso e há de ser, o Porto é nosso até morrer”.

Em paralelo com isso, e em dois momentos distintos, os responsáveis do clube voltaram a visar a arbitragem depois de uma última semana marcada pela entrevista de Luís Gonçalves, diretor geral e administrador da SAD. “Todos os jogos, todos. Este empurrão com outras camisolas nem havia dúvidas. Se um empurrão destes nas costas não vale sinalização ao árbitro, que não poderia ver, então o que está lá a fazer o VAR? Isto é gozo”, escreveu a conta do FC Porto Media na rede X pouco depois do encontro em Arouca.

“O reconhecimento do demérito numa má exibição e num resultado negativo não implica o branqueamento de erros de arbitragem, e a verdade é que ontem [segunda-feira] o FC Porto voltou a ser prejudicado. Como se vê nestas imagens, Galeno sofreu uma falta clara para penálti que não foi assinalado pelo videoárbitro Luís Ferreira. Já na semana passada o videoárbitro interveio para reverter mal um penálti assinalado sobre Evanilson. E há poucas semanas, no Bessa, não interveio para dar conta de uma falta sobre Eustáquio. Nos jogos do FC Porto, o videoárbitro só intervém em prejuízo do nosso clube – ao contrário do que acontece quando estão em causa os nossos rivais diretos”, destacou a newsletter do clube esta terça-feira.