A Páginas Civilizadas já chegou a acordo com o World Opportunity Fund (WOF) para encontrar uma solução para a Global Media, disse esta sexta-feira à Lusa fonte ligada ao processo, que passa pela saída do fundo.

“Já se chegou a um acordo com o fundo [WOF] para se encontrar uma solução” para a Global Media Group (GMG), afirmou a mesma fonte contactada pela Lusa, que adiantou que o próximo passo é notificar as autoridades competentes.

De acordo com a informação da ERC, a participação efetiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção direta de 41,51% e da indireta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%.

O fundo WOF detém 51% do capital social e dos direitos de voto da Páginas Civilizadas, tendo uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG.

A chegada acordo acontece em vésperas da assembleia-geral extraordinária de acionistas da GMG, convocada para segunda-feira, e na depois do projeto de deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

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Na quinta-feira, o Conselho Regulador da ERC anunciou que este projeto de deliberação determina a aplicação do artigo 14.º da Lei da Transparência ao WOF “por falta de transparência na identificação da cadeia de imputação da participação qualificada na sociedade Páginas Civilizadas“.

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Assim, nos termos “dos artigos 121.º e 122.º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados foram notificados para, no prazo máximo de 15 dias úteis, se pronunciarem sobre o sentido provável do projeto de deliberação do Conselho Regulador”.

A ERC referiu ainda que no cumprimento da missão de promover a independência, o pluralismo e a transparência, “e procurando salvaguardar a existência de uma solução que viabilize os projetos editoriais, a eventual aplicação do artigo 14.º não impede a transmissão da titularidade da participação qualificada em causa, desde que, sob prova bastante junto” do regulador “daí resulte uma inequívoca sanação da falta de transparência”, lê-se no comunicado.

“Não sendo sanadas as dúvidas, a ERC publicita a falta de transparência”, adiantou.

O Grupo Bel detém uma participação indireta na GMG de 17,58%. A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,350% e José Pedro Soeiro 20,400%.