A Câmara do Porto recolheu no ano passado 152.750 quilogramas de resíduos relacionados com o consumo de droga, ao abrigo de um projeto que, desde 2018, permitiu retirar das ruas mais de 588 toneladas de seringas, pratas e cachimbos.

O relatório do projeto “Porto, Cidade Sem Droga”, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira, indica que em 2023 foram recolhidas mais de 152 toneladas de resíduos, no âmbito de 5.646 ações realizadas na cidade.

Segundo o município, este ano foram recolhidos, até 29 de fevereiro, 27.660 quilogramas de resíduos e realizadas 1.217 ações.

Lançado em 2018, o projeto “Porto, Cidade Sem Droga” tem como objetivo a recolha de resíduos relacionados com os consumos, realizando ações em todo o município, mas com “especial foco” nas zonas da Pasteleira, Lordelo do Ouro e Aleixo.

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A ciclovia da Rua Paulo da Gama, Rua D. João de Mascarenhas, junto à bomba de gasolina na Rua de Diogo Botelho, bairro Pinheiro Torres, entrada da VCI junto à Rua António Bessa Leite, envolvente do antigo bairro do Aleixo, Rua Manuel Pinto de Azevedo, Bessa Leite e Sé do Porto são alguns dos locais mais frequentemente visitados pelos serviços municipais.

As intervenções são realizadas de segunda-feira a domingo por membros do Departamento Municipal de Espaços Verdes e Gestão de Infraestruturas, em articulação com a Polícia Municipal.

Segundo o relatório, “os sábados são reservados para a recolha de objetos de maior dimensão (tendas, barracas, etc.)” e os restantes dias “mais focados na recolha de resíduos menores e potencialmente contaminados”.

“Devido ao aumento deste tipo de resíduos nas áreas verdes junto à Rua de Diogo Botelho, desde julho de 2022 foi destacada uma segunda equipa que às segundas, quartas e sextas-feiras vai para esse local fazer a limpeza, enquanto a outra equipa faz os locais habituais”, lê-se no documento.

Desde o lançamento do programa foram recolhidos 588.820 quilogramas de resíduos, não só relacionados com o consumo de droga, como pratas, seringas e cachimbos, mas também acumulado pelos toxicodependentes “com sério comprometimento da saúde pública”, como colchões, roupas sujas e dejetos, no âmbito da realização de 16.759 ações.

“Desde 2020, verificou-se um aumento do número de intervenções e da quantidade de resíduos recolhidos, principalmente devido ao facto de as intervenções terem passado a ser diárias, e não apenas de segunda a sexta”, acrescenta o relatório.