O Manchester United chegava à jornada deste fim de semana vindo de duas derrotas consecutivas, contra Fulham e Manchester City, e recebia o Everton sem 10 jogadores da equipa principal e com a lesão de Omari Forson a tornar-se o 48.º problema físico que Erik ten Hag teve de gerir na atual temporada. Entre Lisandro Martínez, Harry Maguire, Luke Shaw, Rasmus Højlund e muitos outros, os red devils têm sido travados pelo fantasma dos lesionados.

E Erik ten Hag é o primeiro a ressalvar essa evidência. Na semana em que atingiu 100 jogos ao comando do Manchester United, com 61 vitórias, o treinador neerlandês lembrou o quanto as lesões têm afetado a equipa e atirou-se ao departamento médico do clube, garantindo que aceitou terminar o empréstimo de Reguilón porque lhe foi dito que Luke Shaw e Malacia estariam aptos em janeiro — algo que não aconteceu.

“Em dezembro falámos internamente, com o departamento médico e o departamento de performance. Garantiram-me que o Shaw e o Malacia estariam aptos em janeiro e que teria dois laterais esquerdos. Ou seja, que teria sempre um terceiro lateral desapontado. Essa é uma das minhas maiores frustrações. Posso aceitar que uma posição tenha um jogador que não está disponível, mas ter dois jogadores da mesma posição indisponíveis ao longo da temporada toda… É muito difícil, enquanto equipa. Tentamos lidar com isso da melhor maneira, mas é uma desvantagem”, explicou Ten Hag, defendendo que poderia ter muito mais do que 61 vitórias sem tantos contratempos.

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Assim, este sábado, o Manchester United recebia o Everton em Old Trafford e voltava a apresentar com Lindelöf enquanto lateral esquerdo adaptado, com Diogo Dalot e Bruno Fernandes a integrarem naturalmente o onze inicial. Do outro lado, numa equipa de Sean Dyche que vinha de 10 jornadas sem vencer, destacava-se a presença de Beto, avançado português ex-Portimonense.

Os red devils abriram o marcador ainda no quarto de hora inicial, com Alejandro Garnacho a conquistar uma grande penalidade e Bruno Fernandes a converter o castigo máximo (16′), tornando-se o melhor marcador de penáltis da história do clube, com 29. O Everton reagiu bem, com Dwight McNeil a rematar ao lado (13′) e James Garner a obrigar Onana a uma defesa atenta (25′), e o United demonstrava muitas dificuldades na hora de começar a construir e sair da zona de pressão alta do adversário.

Ainda assim, Garnacho ia mesmo sendo o abono de família e conquistou mais uma grande penalidade já para lá da meia-hora, com Bruno Fernandes a oferecer a vez a Rashford e o avançado inglês a bater Pickford para aumentar a vantagem (36′). Ao intervalo, apesar de estar longe de realizar uma exibição brilhante, o Manchester United estava a vencer o Everton.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e Sean Dyche esperou até à hora de jogo para fazer três substituições de uma vez, lançando André Gomes, Calvert-Lewin e Lewis Dobbin. O Manchester United foi gerindo a vantagem sem grande acutilância, tal como tinha acontecido na primeira parte, e o Everton alimentou a esperança de chegar ao golo praticamente até ao fim — mas nunca a concretizou.

Apesar das lesões, os red devils conseguiram vencer com dois penáltis e regressar às vitórias na Premier League, colocando-se a três pontos do 5.º lugar do Tottenham, mas com mais dois jogos do que os spurs.