Reclamou a vitória da noite. “O ADN foi o grande vencedor da noite. O ADN hoje já venceu”, assumiu o líder do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) e cabeça de lista por Lisboa, Bruno Fialho, na declaração na noite eleitoral. Nessa altura, ainda falada na possibilidade de eleger um deputado, o que não aconteceu. Mas assume já o objetivo de eleger nas europeias.

Ainda assim, o ADN atingiu os 100 mil votos (em 2022 teve 10 mil), o que lhe permitirá requerer a subvenção partidária, mesmo sem qualquer deputado, uma vez que ultrapassou os 50 mil votos. De acordo com a lei de financiamento dos partidos, a subvenção “é também concedida aos partidos que, tendo concorrido à eleição para a Assembleia da República e não tendo conseguido representação parlamentar, obtenham um número de votos superior a 50 000, desde que a requeiram ao Presidente da Assembleia da República”.

Segundo o diploma, o valor da subvenção corresponde a 1/135 do IAS que está este ano nos 509,26 euros, o que significa que cada voto tem direito a 3,77 euros. A este valor ainda se aplica um corte de 10%, o que significa 3,39 euros por cada voto.

Neste momento, o ADN poderá receber cerca de 340 mil euros.

Em Viseu, Bragança e Vila Real foi mesmo a quarta maior força política. Mas Bruno Fialho garante não ter havido confusão.  A sigla ADN existe, disse, desde 2021. “Utilizar a confusão de qualquer sigla é desconsiderar os eleitores que votam nestas duas forças políticas que supostamente criaram confusão. É chamar ignorantes a todos aqueles que supostamente se enganaram”.

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Bruno Fialho não tem dúvidas: “Não houve enganos”, realçando que então poderiam durante 50 anos confundir PS e PSD ou CDU e CDS. “Os portugueses não são ignorantes”.

Tem outra certeza: “O voto no ADN não é de protesto, é informado, dos que procuram ir além das redes sociais, além do que aparece nos canais de informação, é o voto mais informado de todos. Não é um voto de engano, nem é um voto de protesto. É um voto no ADN. Não aceitamos ser utilizados para eventuais justificações de resultados de outro partido que não conseguiu atingir os seus objetivos. O ADN é a voz do povo, de todos aqueles que foram censurados durante três anos, silenciados pela comunicação social e marginalizado pelo discurso político”.

Num discurso feito pouco depois da meia noite, Bruno Fialho tinha junto a si, segundo a Lusa, cerca de 15 apoiantes.

ADN recusa enganos na votação. “Portugueses não são ignorantes”

De 2022 para 2024, o partido multiplicou por 10 a sua votação. E em 2024 consegue, mesmo, mais votos do que os obtidos pelo CDS em 2022 (86.577), quando saiu do Parlamento. O ADN, nestas legislativas, não elegeu deputados, mas segundo contas feitas pelo Observador em Viseu terá conseguido retirar um deputado à AD. A AD conseguiu três deputados, mas com todos votos do ADN conseguiria quatro mandatos, retirando um deputado ao PS.