O líder da oposição do Senegal, Ousmane Sonko, e o candidato presidencial Bassirou Diomaye Faye foram libertados na quinta-feira da prisão, no âmbito de uma lei de amnistia para os detidos por atos políticos.

El Malick Ndiaye, porta-voz do Patriotas do Senegal, partido dissolvido pelas autoridades no ano passado, disse na rede social X que ambos os dirigentes tinham saído da prisão de Cap Manuel, na capital, Dacar.

Automóveis e pessoas a agitar bandeiras senegalesas encheram a estrada de acesso à prisão, cantando “Nós amamos Sonko”, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

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Uma multidão reuniu-se também perto da casa de Sonko, de 49 anos, noutro bairro da capital, a poucos quilómetros de distância. Duas horas depois, Bassirou Diomaye Faye agradeceu “o apoio e a solidariedade” e anunciou a realização de uma conferência de imprensa esta sexta-feira.

Sonko estava detido desde julho, acusado de “apelos à insurreição e conspiração” contra o Estado, algo que o obrigou a retirar-se da campanha presidencial, tendo Diomaye Faye sido apresentado como o ‘plano B’ e aceite.

Isto apesar de Diomaye Faye estar detido desde abril de 2023, acusado de desacato ao tribunal, difamação e atos suscetíveis de comprometer a paz pública, após ter criticado os juízes que condenaram Sonko.

O Presidente do Senegal, Macky Sall, promulgou em 6 de março a lei de amnistia aos detidos por atos políticos ocorridos desde 2021 e 2024, no meio de uma crise política.

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Os senegaleses deveriam ter ido às urnas em 25 de fevereiro, mas em 3 de fevereiro, mesmo antes do início da campanha, Macky Sall adiou a votação por 10 meses. A decisão originou manifestações que fizeram quatro mortos e um confronto entre o chefe de Estado, a Assembleia Nacional e o Conselho Constitucional. Macky Sall acabou por recuar e marcar as eleições para 24 de março.

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A batalha das últimas semanas pôs à prova o apego do país à democracia, que tem sido fustigada por uma sucessão de golpes de Estado noutros pontos da região.

A campanha foi reduzida, por força das circunstâncias, de três para duas semanas e a maior parte dela decorre durante o Ramadão, o mês sagrado de jejum muçulmano.

Esta é a primeira vez no Senegal que o Presidente cessante não concorre à reeleição. Macky Sall apoiou o até agora primeiro-ministro, Amadou Ba. Mas Amadou Ba vai herdar temas difíceis, consequências da pandemia de covid-19, da guerra na Ucrânia e da partida em embarcações precárias de dezenas de milhares de senegaleses em direção à Europa.

O discurso de Ousmane Sonko contra as elites, as multinacionais e aquilo que considera ser o estrangulamento do país por França tem tido eco junto de uma parte da população, que é muito jovem.

O ex-presidente da câmara de Dacar Khalifa Sall e o antigo primeiro-ministro Idrissa Seck estão também entre os 19 candidatos.