Pedro Marinho Falcão, advogado de Manuel Serrão, diz que a defesa “sabe muito pouco” sobre a operação Maestro e que o seu cliente “foi apanhado de surpresa”.

Em declarações à Rádio Observador, Marinho Falcão explica que Serrão terá ficado surpreendido com as buscas feitas nos escritórios e empresas que gere esta terça-feira, já que se trata de um processo iniciado em 2018. “Estamos em 2024, durante seis anos não houve qualquer sinal de que havia irregularidade nos fundos comunitários.”

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A operação Maestro investiga suspeitas de fraude com fundos europeus. A defesa de Manuel Serrão fala numa “relação de total transparência” e refere que “não houve um único projeto que não tivesse sido aprovado”.

[Ouça aqui as declarações do advogado de Manuel Serrão]

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A defesa de Manuel Serrão questiona ainda como é que, tendo em conta que os factos se reportam a 2015 e “se havia indícios da prática de fraude, como é possível que entidades públicas continuassem a aprovar projetos” ao longo dos últimos anos.

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O advogado explica que o “cliente encara com serenidade e tranquilidade as investigações” e que está “disponível para colaborar com autoridades, inclusive com o Ministério Público”, se assim for necessário.

Questionado sobre se o cliente teve uma estadia prolongada no Hotel Sheraton com fundos europeus, Marinho Falcão não indica se esse ponto está ou não a ser investigado. “Não vamos alimentar um pré-julgamento na praça pública, porque isto viola o direito de reserva e presunção de inocência não só do cliente como de todas as pessoas visadas”, continua.

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Por agora, Pedro Marinho Falcão diz que a “defesa tem um papel muito reduzido, até porque Manuel Serrão e todos os outros envolvidos nem sequer foram constituídos arguidos”. É tempo de “aguardar por um novo impulso do Ministério Público”.