A Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) defendeu esta sexta-feira um Ministério da Agricultura e Alimentação forte no próximo Governo, capaz de implementar uma “verdadeira estratégia” para o setor num contexto de “elevada imprevisibilidade” e “muitos desafios”.

“No momento em que o líder do partido político mais votado nas eleições de 10 de março se prepara para formar Governo, a FIPA reforça, como tem feito no passado, a necessidade incontornável de uma verdadeira estratégia agroalimentar para Portugal”, sustenta a federação em comunicado.

“Para isso — acrescenta — torna-se necessária a existência de um Ministério da Agricultura e Alimentação robusto e promotor de políticas que sirvam para promover a indústria portuguesa agroalimentar”.

Segundo a FIPA, o setor está atualmente “a enfrentar situações complexas ao longo de toda a cadeia” e “os próximos tempos continuarão a ser marcados por uma elevada imprevisibilidade e muitos desafios à vida das empresas”.

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Neste contexto, o presidente da federação, Jorge Henriques, diz ser “urgente um elevado espírito de cooperação e união em prol da competitividade e da sustentabilidade da indústria portuguesa agroalimentar”, salientando que “isso só se consegue através de diálogo com um Ministério da Agricultura e da Alimentação”.

Recentemente, a FIPA realizou uma ronda de reuniões com os partidos políticos que tradicionalmente têm assento parlamentar para manifestar as preocupações do setor, nomeadamente a necessidade de “adequação da política fiscal à competitividade”, de uma “visão clara para a criação de uma rede de infraestruturas sólida e competitiva” e de um “maior empenho no eliminar de barreiras alfandegárias em várias geografias”.

Segundo dados avançados pela federação, o agroalimentar é “a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional”, tanto em volume de negócios (22.400 milhões de euros) como em Valor Acrescentado Bruto (3.800 milhões de euros), sendo ainda “a indústria que mais emprega em Portugal”, ao assegurar mais de 112.000 postos de trabalho diretos e cerca de 500.000 indiretos.

A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo em 28 de março e a posse está prevista para 2 de abril.

As duas coligações lideradas pelo PSD — AD (PSD/CDS/PPM) e Madeira Primeiro (PSD/CDS) — conseguiram 28,84% dos votos e 80 deputados, segundo os resultados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna — Administração Eleitoral.

O PS foi o segundo partido mais votado com 28% e 78 deputados, e o Chega obteve 18,07%, com 50 mandatos no novo parlamento.

A Iniciativa Liberal (IL) foi a quarta força política com 4,94% dos votos e com oito deputados, seguida do Bloco de Esquerda, com 4,36% e cinco deputados. Também elegeram deputados o PCP, com 3,17% e quatro deputados, os mesmos que o Livre, com 3,16%. O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) manteve o seu deputado, com 1,95%.