A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, defendeu esta segunda-feira que o cessar-fogo em Gaza aprovado pelo Conselho de Segurança só pode começar quando for libertado um primeiro refém dos ainda detidos pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

“Esta resolução [do Conselho de Segurança da ONU] reconhece que, durante o mês do Ramadão, devemos comprometer-nos com a paz. O Hamas pode fazê-lo aceitando o acordo que está sobre a mesa. Um cessar-fogo pode começar imediatamente após a libertação de um primeiro refém (…). Esta é a única forma de garantir um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, afirmou Linda Thomas-Greenfield.

Segundo a embaixadora norte-americana, a resolução aprovada implica que um cessar-fogo em Gaza deve fazer parte de um acordo para libertar os reféns.

Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovaram esta segunda-feira, pela primeira vez, uma resolução que exige um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

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Os Estados Unidos da América (EUA) abstiveram-se na votação, enquanto os restantes 14 países que integram o órgão da ONU votaram a favor da resolução, proposta por 10 membros não-permanentes.

Conselho de Segurança da ONU sem consenso face a situação em Gaza

Após mais cinco meses de guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas em Gaza, esta é a primeira vez que o Conselho de Segurança consegue aprovar uma resolução relativamente a um cessar-fogo no enclave palestiniano, após vários projetos terem sido consecutivamente vetados.

O Ramadão (o mês sagrado do jejum, da oração e da união na tradição muçulmana) termina em 9 de abril, o que significa que a exigência de cessar-fogo durará apenas duas semanas, embora o projeto de resolução diga que a pausa nos combates deverá levar “a um cessar-fogo duradouro e sustentável”.

Desde o início da guerra, o Conselho de Segurança da ONU (o órgão máximo das Nações Unidas devido à sua capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo) apenas conseguiu aprovar duas resoluções e nenhuma delas dizia respeito a um cessar-fogo, mas sim à questão humanitárias.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 32 mil mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.