São as regras do jogo nesse mundo chamado futebol. O que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira. O que na última época era uma mentira, um ano depois pode ser verdade. Depois da pior época desde que assumiu o comando do Sporting (sobretudo pela irregularidade da equipa até dezembro, que acabou por condicionar toda a história de 2022/23), Rúben Amorim voltou agora ao ponto mais alto e numa versão que, decisão de títulos à parte, tem condições para ser a melhor por aquilo que os leões conseguem fazer em campo. Com isso, e perante a permanência de Xabi Alonso no Bayer Leverkusen, o técnico português está a ser apontado com maior insistência ao comando do Liverpool, havendo mesmo trabalhos que dão conta de um Special One 2 a propósito da possível sucessão de Jürgen Klopp. Mais uma vez, Amorim “fintou” a questão.

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“Maior trabalho por essas notícias nesta semana? Não porque isso também faz parte da vida dos jogadores. Toda a gente pensa muito neles. Se os jogadores estiverem envolvidos com outros clubes, talvez. Quando é o treinador, não. O treinador é treinador do Sporting e eles sabem que querem ganhar títulos pelo Sporting, assim como eu. A única coisa que me chateou foi que até já tinham um substituto para mim, disse ao [Hugo] Viana para ter calma…”, ironizou. “Special One 2? Não tem nada a ver, não faz sentido e não tenho ilusões. Temos que provar no dia a dia. Lembro-me de estar aqui no ano passado e que especulavam sobre ficar ou sair. É viver isto no dia a dia e não há comparação entre o grande José Mourinho e o treinador do Sporting”, atirou na conferência daquilo que “verdadeiramente interessa”: o dérbi para a Taça de Portugal.

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Depois do triunfo por 2-1 em Alvalade, num resultado que travou uma série de jogos sem triunfos diante do rival direto, o treinador do conjunto verde e branco recusa colocar mais o foco na prova rainha ou no jogo do Campeonato diante do encarnados no próximo sábado em Alvalade, preferindo destacar a resposta que a equipa tem dado nos encontros de maior grau de dificuldade incluindo na derrota na Luz na primeira volta da Primeira Liga com dois golos sofridos em período de descontos estando reduzido a dez.

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“O resultado da primeira mão não terá influência antes do jogo, poderá ter só depois. Temos de saber lidar com a eliminatória. O jogo tem de ser preparado para vencer e nesse aspeto não terá influência. Não vou falar de equipa mas a nossa forma de jogar é clara, as ideias também e o que dificulta mais a preparação são as caraterísticas dos jogadores que vamos enfrentar porque o Benfica tem estado a trocar as caraterísticas dos avançados. Isso dificulta mas sabemos da importância do jogo e queremos muito estar na final”, frisou.

“Inícios a ganhar mas só com uma vitória? Temos que avaliar jogo a jogo. No primeiro desses quatro jogos empatámos na Luz 2-2 quando estávamos em quarto lugar e o Benfica estava lançado, melhor do que nós. Depois houve o tal jogo onde, se perdêssemos em casa, o Benfica era campeão. Fizemos uma primeira parte muito boa, na segunda baixámos e o Benfica esteve melhor. Depois o jogo da Luz agora: não trememos nada, simplesmente levámos dois golos nos descontos quando estivemos uma parte inteira a jogar com menos um. Na Taça tivemos oportunidade de fazer mais golos mas sofremos um num grande cruzamento do Di María. O Benfica não tomou conta do jogo, marcou um golo mas não tivemos tempo para sentir a pressão. Podemos ver que só ganhámos um mas também só perdemos um, o que revela muita igualdade. O que queremos é passar a eliminatória, vencer e melhorar nesses aspetos. Podíamos ter acusado pressão no jogo que podia dar o título ao Benfica, aqui não. Estamos preparados para sermos melhores nesses pormenores”, salientou.

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“Preparação da semana? É um jogo de cada vez, sabendo que o primeiro tem sempre influência no segundo. Não vale a pena pensar no segundo quando o primeiro tem tanta importância. Sendo jogos tão seguidos, o dia a seguir é muito importante na recuperação física e mental. O principal é não fazer nada de diferente, não há mais nem menos treino. É manter o máximo de normalidade. Na cabeça dos jogadores, dos adeptos e do treinador estão dois jogos muito importantes. Quando toda a gente sabe o que tem de fazer no jogo, isso descontrai a equipa. Foi dessa forma que preparámos a semana. Não somos equipa para dar mais iniciativa ao adversário. Somos um clube grande, que tem de perceber os momentos do jogo. Não sabemos jogar de outra forma. Tivemos mais dificuldade em defender em bloco baixo este ano do que em pressão alta”, referiu ainda o treinador do Sporting, deixando essa garantia de que Pedro Gonçalves até podia ir a jogo já no Estádio da Luz mas que “não faz sentido”, ficando assim “reservado” para a partida da Liga.

Por fim, e numa manhã em que se ficou a saber que João Pinheiro foi o árbitro nomeado para o dérbi depois da polémica arbitragem na derrota dos leões em Guimarães, Rúben Amorim preferiu também passar ao lado de qualquer comentário sobre a escolha. “Os jogadores não fazem ideia de quem é o árbitro, tenho a certeza. Se lhes for perguntar, tenho a certeza. Não lhes vou dizer nada. É o árbitro que foi escolhido e é seguir em frente, não será por isso que o resultado vai ser diferente”, resumiu o treinador a esse propósito.