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Pepê, um faz-tudo que faz de tudo e salva o dia (a crónica do V. Guimarães-FC Porto)

Foi médio, avançado e lateral e ainda marcou o golo decisivo: Pepê foi o elemento crucial da vitória do FC Porto contra o V. Guimarães que deixou os dragões em vantagem na meia-final da Taça (0-1).

O avançado brasileiro marcou o golo da vitória dos dragões já na segunda parte
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O avançado brasileiro marcou o golo da vitória dos dragões já na segunda parte

EPA

O avançado brasileiro marcou o golo da vitória dos dragões já na segunda parte

EPA

Não existem jogos que salvem temporadas, tal como o próprio Sérgio Conceição admitia, mas era difícil não olhar para a meia-final da Taça de Portugal como uma autêntica tábua de salvação do FC Porto. Sem sequer terem ido à final four da Taça da Liga, já fora da Liga dos Campeões e a 10 pontos da liderança do Sporting no Campeonato, os dragões tinham de eliminar o V. Guimarães e marcar presença no Jamor para que a época não fosse totalmente ausente de sucesso.

E esse processo começava esta quarta-feira. Já depois de o Sporting ter eliminado o Benfica e ter garantido o primeiro passaporte para a final, o FC Porto visitava o V. Guimarães na primeira mão da meia-final e logo depois da derrota com o Estoril no Campeonato. De um lado, Sérgio Conceição tinha noção de que uma vitória no D. Afonso Henriques era um primeiro passo importante rumo ao único troféu disponível; do outro lado, Álvaro Pacheco tinha noção de que uma vitória no D. Afonso Henriques era um primeiro passo importante rumo a um regresso ao Jamor sete anos depois.

Ficha de jogo

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V. Guimarães-FC Porto, 0-1

Meia-final da Taça de Portugal

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

V. Guimarães: Bruno Varela, Manu Silva, Borevković, Tomás Ribeiro, Bruno Gaspar, Tiago Silva, Tomás Händel, Ricardo Mangas, Jota Silva, Nélson Oliveira (Nuno Santos, 82′), João Mendes (Kaio César, 60′)

Suplentes não utilizados: Charles, Jorge Fernandes, Miguel Maga, Alberto, Zé Carlos, André André, Adrián Butzke

Treinador: Álvaro Pacheco

FC Porto: Cláudio Ramos, Jorge Sánchez (Grujic, 90+2′), Pepe, Otávio, Wendell, Nico González (João Mário, 83′), Alan Varela, Gonçalo Borges (Romário Baró, 76′), Pepê, Galeno (Iván Jaime, 83′), Evanilson (Danny Loader, 83′)

Suplentes não utilizados: Samuel Portugal, Toni Martínez, Stephen Eustáquio, Fábio Cardoso

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Pepê (52′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Jorge Sánchez (45+8′), a Otávio (56′), a João Mendes (58′), a Borevković (71′), a Kaio César (79′), a Wendell (80′)

“Não há jogos aqui para salvar nada, estamos habituados a lutar pelos títulos até ao final. No Campeonato também vamos dar tudo, encarar cada jogo como se fosse uma final. Aqui ninguém desiste de nada. Às vezes as coisas não saem tão bem por culpa própria e falo de mim também. Vamos todos trabalhar, evoluir e dar o máximo até ao final da época”, explicou o treinador dos dragões na antevisão da partida, onde garantiu que o balanço da temporada só será feito depois de todos os jogos estarem concluídos.

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Neste contexto, sem poder contar com Diogo Costa e Francisco Conceição depois de ambos terem sido expulsos no jogo contra o Estoril, Sérgio Conceição lançava Cláudio Ramos e Gonçalo Borges no lugar dos indisponíveis e apostava ainda em Jorge Sánchez na direita da defesa, deixando João Mário no banco. Do outro lado, Álvaro Pacheco mantinha o onze base, com Jota Silva, João Mendes e Nélson Oliveira no ataque, e tinha Bruno Varela de volta à baliza depois de o guarda-redes ter estado ausente nos últimos dois meses por lesão.

O FC Porto começou melhor, com Galeno a rematar de fora de área e Bruno Varela a encaixar logo nos instantes iniciais (3′), e ficava a ideia de que o V. Guimarães tinha alguma dificuldade na hora de controlar a profundidade nas costas da defesa. Qualquer ritmo, porém, travou à passagem do quarto de hora: Jorge Sánchez e Ricardo Mangas chocaram no ar, abriram a cabeça e sangraram, e o jogo esteve interrompido durante cerca de 10 minutos até que os dois jogadores estivessem restabelecidos.

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A partida manteve-se muito discutida e equilibrada durante praticamente toda a primeira parte, com o FC Porto a resguardar algum ascendente no que toca à posse de bola mas a dinâmica a ser constantemente interrompida por faltas ou duelos mais intensos. A equipa de Sérgio Conceição procurava desequilibrar essencialmente pela direita, onde Gonçalo Borges partia muitas vezes para o um para um, enquanto que o V. Guimarães tentava ir subindo as linhas para responder à pressão alta do adversário e assentava a exibição numa noite muito inspirada de Tiago Silva.

Jorge Sánchez teve o primeiro momento de perigo em muito tempo com um remate de fora de área que saiu prensado (43′) e o jogo só acelerou durante os prolongados descontos, onde os blocos partiram e o FC Porto implementou uma pressão claramente mais agravada que também dava mais espaço ao V. Guimarães, que procurava causar estragos nas transições rápidas e na qualidade individual de Jota Silva.

Nico ficou perto do golo com um cabeceamento por cima da trave (45+3′), Alan Varela falhou o alvo por pouco com um remate muito forte de fora de área (45+6′) e João Mendes assustou Cláudio Ramos com um pontapé ao lado (45+7′), com Gonçalo Borges a obrigar Bruno Varela a uma intervenção atenta na sequência de uma recarga (45+10′). No fim da primeira parte, porém, estava tudo empatado sem golos.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do V. Guimarães-FC Porto:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e Nélson Oliveira protagonizou o primeiro momento de perigo da segunda parte, com um remate de fora de área que Bruno Varela encaixou (48′). Pouco depois, porém, o FC Porto conseguiu inaugurar o marcador: Galeno combinou com Nico na esquerda, o espanhol aproveitou o espaço para cruzar de forma perfeita para a área e Pepê apareceu completamente sozinho a cabecear, num lance em que Bruno Varela ficou muito mal na fotografia (52′).

Álvaro Pacheco mexeu pouco depois, trocando João Mendes por Kaio César no ataque do V. Guimarães, e a verdade é que o FC Porto foi forçado a baixar as linhas para controlar uma subida de rendimento vimaranense que, embora sem grandes consequências, assentava arraiais no meio-campo dos dragões. Sérgio Conceição reagiu ao crescimento do adversário com uma substituição, trocando Gonçalo Borges por Romário Baró e colocando Pepê no ataque, e o FC Porto ia conseguindo conter a reação adversária.

E ia conseguindo fazê-lo, principalmente, porque conseguia conter Jota Silva. Ficou claro desde muito cedo que o FC Porto iria tentar anular o recém-internacional português, algo que alcançou ao longo de todo o jogo e que deixou o V. Guimarães sempre muito limitado ofensivamente, sem mudanças de velocidade ou grande imprevisibilidade. Álvaro Pacheco ainda lançou Nuno Santos, Sérgio Conceição deu minutos a João Mário, Iván Jaime, Danny Namaso e Grujic, mas já pouco mudou.

No fim, o FC Porto venceu o V. Guimarães pela margem mínima e colocou-se em vantagem na meia-final da Taça de Portugal, recebendo os vimaranenses no Dragão no próximo dia 17 de abril para discutir o acesso ao Jamor. Num dia em que os vimaranenses sofreram muito com uma exibição pouco conseguida de Jota Silva, os dragões nunca foram brilhantes mas conseguiram ser competentes o suficiente para sair do D. Afonso Henrique com uma vitória. E tudo porque Pepê, que é médio, avançado, lateral e goleador, voltou a ser decisivo.

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