O primeiro humano a receber um transplante de rim de porco geneticamente modificado encontra-se em bom estado de saúde e teve alta hospitalar na quarta-feira. Richard Slayman, de 62 anos, deixou a unidade hospitalar duas semanas depois da inédita cirurgia.

Primeiro transplante de um rim de porco para um paciente vivo nos Estados Unidos

Segundo o New York Times, o rim que Slayman recebeu encontra-se em bom funcionamento, produzindo urina, removendo resíduos de sangue, equilibrando os fluidos do corpo e realizando muitas outras funções importantes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Através de um comunicado divulgado pelo Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, Richard Slayman afirmou que o momento em que saiu do hospital “foi um momento” pelo qual esperou “muitos anos”. “Agora é uma realidade”, expressou.

[Já saiu o sexto e último episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui, o terceiro episódio aqui, o quarto episódio aqui e o quinto episódio aqui]

O homem de 62 anos agradeceu ainda aos médicos e enfermeiros que trataram de si, garantindo que recebeu um “atendimento excecional”. “Hoje marca um novo começo, não só para mim mas também para eles [pacientes com problemas renais que esperam transplante]”, disse Slayman.

David Klassen, médico-chefe da Rede de Partilha de Órgãos, responsável pelo sistema de transplante de órgãos nos Estados Unidos, garantiu que “ainda há muito trabalho por fazer”, mas o caso de Slayman demonstra que “há potencial” no transplante de órgão, o que poderá “beneficiar um grande número de pacientes”.

Apesar dos primeiros sinais serem francamente positivos, Klassen ressalvou ao The New York Times que ainda não é certo que o organismo de Slayman não rejeite o órgão transplantado.

A operação foi liderada pelo médico brasileiro Leonardo V. Riella que, à Globo, disse que a equipa médica “trabalhou meses para que o transplante fosse bem sucedido”. “Vê-lo a sair do hospital e poder ir para casa com o rim funcional, é uma emoção muito grande”, partilhou o médico.