As comissões da Indústria, Investigação e Energia e do Comércio Internacional do Parlamento Europeu recomendaram esta terça-feira a saída da União Europeia do Tratado da Carta da Energia, por este acordo incentivar a utilização de combustíveis fósseis, penalizando metas “verdes”.

Numa reunião conjunta, em Bruxelas, estas comissões parlamentares deram “luz verde” a uma recomendação que sugere que a UE se retire deste acordo multilateral centrado no setor da energia, por considerarem que “deixou de ser compatível” com os objetivos climáticos da UE no âmbito do Pacto Ecológico Europeu e do Acordo de Paris, sobretudo devido aos incentivos a investimentos em combustíveis fósseis, informa o Parlamento Europeu em comunicado.

A decisão obteve 58 votos a favor, oito contra e duas abstenções.

Para que esta retirada avance, a assembleia europeia tem de dar o aval final na sessão plenária do final do mês, para que depois o Conselho da UE tome a decisão.

Criado em 1994, este Tratado da Carta da Energia visava facilitar a cooperação internacional e proporcionar um quadro para a proteção do investimento, o comércio e a resolução de litígios no domínio da energia, mas manteve-se praticamente inalterado desde a década de 1990, sendo hoje visto como desatualizado e como um dos tratados de investimento mais litigiosos a nível mundial.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Governo. Portugal iniciou processo para saída do Tratado da Carta da Energia

Por essa razão, a Comissão Europeia propôs a retirada coordenada da UE e dos seus Estados-membros, uma vez que considera que o Tratado deixou de ser compatível com os objetivos climáticos europeus.