O grupo islâmico Hamas divulgou, este sábado, um vídeo nas redes sociais com os testemunhos de Omri Miran, refém luso-israelita que está na Faixa de Gaza desde dia 7 de outubro, e Keith Siegel, refém israelo-americano.
No vídeo de três minutos, segundo o Times of Israel, os dois homens pedem ao governo israelita para que se chegue a um acordo de libertação de refém: “Estamos a viver em condições difíceis sob bombardeamentos violentos. Às vezes sentimos que nos abandonaram”.
Num apelo aos israelitas, os dois homens desejam que os israelitas continuem com “os protestos”, de forma a “que haja negociações” que “levem a um acordo”: “Queremos que façam tudo ao vosso alcance para colocar pressão no governo de todas as formas possíveis”.
???????????????????????? | GUERRA ISRAEL-GAZA: Hamás publicó un vídeo con la primera prueba de vida del ciudadano estadounidense Keith Siegal, que se encuentra como rehén en Gaza. El vídeo incluye una prueba de vida de otro rehén, Omri Miran.
pic.twitter.com/EC7jveD2a0— Alerta News 24 (@AlertaNews24) April 27, 2024
Não se sabe quando é que o vídeo foi gravado, mas os dois homens referem que não puderam passar a Páscoa judaica, que ocorreu esta semana, com a família.
Omri Miran foi raptado a 7 de outubro no kibutz Nir Oz, onde morava, e o pai e a cunhada estiveram em Portugal recentemente para tentar que o Governo português enveredasse esforços diplomáticos para que o refém fosse libertado.
Em fevereiro deste ano, o pai, Daniel Miran, e a cunhada, Michal Lavi, falaram com o Observador, detalhando que a 7 de outubro, militantes do Hamas conseguiram entrar na casa da família de Omri, casado com duas filhas. Os membros do grupo islâmico obrigaram-nos depois a ir para a casa de uns vizinhos, mantendo-os sentados no chão durante horas, como contou Michal Lavi.
Após horas reféns de militantes do Hamas, apenas Omri Miran foi raptado sem ferimentos, sendo que a família ficou na casa de vizinhos até chegar uma equipa de resgaste israelita. As filhas — Roni, de dois anos e meio, e Alma de 9 meses — ficaram “traumatizadas” com todo o que se passou, lembrou Michal Lavi.
Ao longo destes últimos meses, Daniel Miran e a mulher de Omri, Lishay, participaram nos briefings das autoridades de Israel, estando igualmente presentes em várias reuniões. E tiveram, em novembro, notícias do familiar. “Soubemos uma coisa importante. Depois de 50 dias, uma das reféns [libertadas] disse que o viu em Gaza. Isso deu-nos alguma esperança”, disse Michal.
Este sábado tiveram mais notícias e isso levou a que, juntamente com outras famílias de reféns, emitissem um comunicado a pedir: “O Estado de Israel deve escolher: reféns ou guerra. Entrar em Rafah trará mais reféns assassinados em cativeiro ou na guerra”. Para os familiares, uma operação militar em Rafah será “outra forma” de os reféns “morreram”: “Israel deve escolher os reféns”.