O grupo islâmico Hamas divulgou, este sábado, um vídeo nas redes sociais com os testemunhos de Omri Miran, refém luso-israelita que está na Faixa de Gaza desde dia 7 de outubro, e Keith Siegel, refém israelo-americano.

No vídeo de três minutos, segundo o Times of Israel, os dois homens pedem ao governo israelita para que se chegue a um acordo de libertação de refém: “Estamos a viver em condições difíceis sob bombardeamentos violentos. Às vezes sentimos que nos abandonaram”.

Num apelo aos israelitas, os dois homens desejam que os israelitas continuem com “os protestos”, de forma a “que haja negociações” que “levem a um acordo”: “Queremos que façam tudo ao vosso alcance para colocar pressão no governo de todas as formas possíveis”.

Não se sabe quando é que o vídeo foi gravado, mas os dois homens referem que não puderam passar a Páscoa judaica, que ocorreu esta semana, com a família.

Omri Miran foi raptado a 7 de outubro no kibutz Nir Oz, onde morava, e o pai e a cunhada estiveram em Portugal recentemente para tentar que o Governo português enveredasse esforços diplomáticos para que o refém fosse libertado.

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Em fevereiro deste ano, o pai, Daniel Miran, e a cunhada, Michal Lavi, falaram com o Observador, detalhando que a 7 de outubro, militantes do Hamas conseguiram entrar na casa da família de Omri, casado com duas filhas. Os membros do grupo islâmico obrigaram-nos depois a ir para a casa de uns vizinhos, mantendo-os sentados no chão durante horas, como contou Michal Lavi.

Após horas reféns de militantes do Hamas, apenas Omri Miran foi raptado sem ferimentos, sendo que a família ficou na casa de vizinhos até chegar uma equipa de resgaste israelita. As filhas — Roni, de dois anos e meio, e Alma de 9 meses — ficaram “traumatizadas” com todo o que se passou, lembrou Michal Lavi.

Ao longo destes últimos meses, Daniel Miran e a mulher de Omri, Lishay, participaram nos briefings das autoridades de Israel, estando igualmente presentes em várias reuniões. E tiveram, em novembro, notícias do familiar. “Soubemos uma coisa importante. Depois de 50 dias, uma das reféns [libertadas] disse que o viu em Gaza. Isso deu-nos alguma esperança”, disse Michal.

“A incerteza está a matar-nos.” O “pesadelo” em que vivem duas famílias de reféns luso-israelitas em Gaza

Este sábado tiveram mais notícias e isso levou a que, juntamente com outras famílias de reféns, emitissem um comunicado a pedir: “O Estado de Israel deve escolher: reféns ou guerra. Entrar em Rafah trará mais reféns assassinados em cativeiro ou na guerra”. Para os familiares, uma operação militar em Rafah será “outra forma” de os reféns “morreram”: “Israel deve escolher os reféns”.