O ex-presidente norte-americano e potencial candidato republicano à Casa Branca Donald Trump manteve, esta quinta-feira, reuniões no Capitólio, naquela que foi a primeira visita ao local desde o ataque perpetrado pelos seus apoiantes em 6 de janeiro de 2021.

No Capitólio, sede do Congresso norte-americano, Trump reuniu-se à porta fechada durante o período da manhã com congressistas republicanos da Câmara dos Representantes (câmara baixa), tendo posteriormente planeado um almoço com membros do Senado (câmara alta).

“Foi uma grande reunião. No Partido Republicano há uma tremenda unidade. Queremos fronteiras, um Exército forte, para garantir que o dinheiro não seja desperdiçado em todo o mundo. Não queremos ver navios russos ao largo da costa da Florida, que é o que existe agora, é algo impensável”, disse o magnata à imprensa após a reunião.

O ex-presidente, que agradeceu a receção aos legisladores, considerou que a atual situação do país – liderado pela administração democrata do Presidente Joe Biden – é “muito preocupante” e, aludindo ao seu mote de campanha, sublinhou que fará com que os Estados Unidos voltem a ser “grandes de novo”.

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“Temos um grande senso comum, gente muito inteligente”, defendeu na breve declaração aos jornalistas, na qual referiu que aqueles que entrarem no país durante o seu futuro e eventual mandato presidencial “o farão legalmente” e não chegarão em massa de prisões de toda a América do Sul e de “instituições mentais”, alegando que é isso que acontece neste momento.

A visita do magnata ao Capitólio ocorre duas semanas após ter sido considerado culpado de 34 crimes em Nova Iorque, num julgamento sobre falsificação de registos comerciais que envolveu a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels.

Segundo vários congressistas, Trump abordou uma série de questões que afetarão a campanha eleitoral nos próximos meses.

Por exemplo, o ex-presidente recomendou que os legisladores fossem muito cautelosos ao falar sobre o aborto, segundo admitiu o congressista Marc Molinaro, uma vez que esta é uma questão que tem custado resultados eleitorais aos republicanos desde 2022.

Outras fontes admitiram ao jornal The Hill que Trump defendeu a promoção de exceções às leis restritivas ao aborto que os republicanos estão a promover em todo o país e pediu aos congressistas que usassem o “bom senso”.

Trump também aproveitou a reunião para tentar amenizar as diferenças entre os republicanos, dando o seu apoio à liderança do atual presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, que tem sido altamente questionada pela ala mais radical do partido.

Trump dirigiu-se à congressista Marjorie Taylor Greene, uma das suas maiores aliadas e conhecida pelas suas teorias da conspiração e posições de extrema-direita, para lhe pedir que seja “mais gentil” com Johnson, segundo relataram as agências internacionais.

Johnson declarou no final da reunião que foi um “grande prazer” receber Trump no Congresso.

“Trouxe energia e entusiasmo extraordinários esta manhã. É isso que estamos a ver no partido e em todo o país”, disse o líder republicano em conferência de imprensa.

Os republicanos que participaram na reunião cantaram ainda os “Parabéns” a Trump, já que o ex-presidente irá celebrar 78 anos esta sexta-feira.

No almoço com senadores estava prevista a participação de nomes do Partido Republicano como Mitt Romney, que afirmou que não votará em Trump nas eleições, e Bill Cassidy, que votou a favor da sua condenação durante o julgamento político pelo assalto ao Capitólio.

A agenda de Trump em Washington inclui ainda uma participação numa mesa redonda à porta fechada convocada pela organização “Business Roundtable” para discutir as suas propostas económicas para um possível segundo mandato presidencial.

As eleições presidenciais norte-americanas estão agendadas para novembro deste ano.