O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu este domingo que o Governo deve repor as direções regionais de agricultura, cujo encerramento considerou uma medida injusta do anterior Governo e que a AD tem de reverter.

O encerramento das direções regionais de agricultura “foi um erro que o Governo anterior tomou”, afirmou Paulo Raimundo, considerando “uma exigência, no mínimo, que este Governo ande para trás nessa medida injusta”.

Em Santarém, onde hoje visitou a Feira Nacional de Agricultura (FNA), o secretário-geral do PCP defendeu que o Governo de Luís Montenegro deve “criar condições para uma maior proximidade entre os agricultores e o Estado”, vincando que o setor “precisa de apoios para a produção e não de apoios para não produzir”.

Sublinhando que proporcionar apoio técnico aos agricultores “não se faz em Lisboa”, mas sim “no terreno”, Paulo Raimundo apontou como questão central que o atual Governo retome “aquilo que o Governo anterior rompeu”, ou seja, “a proximidade das instituições aos agricultores”.

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Na visita em que assinalou os 60 anos da FNA, que decorre até hoje no Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em Santarém, o líder do PCP reconheceu haver muita capacidade, muita possibilidade de aumentar a produção agrícola”, sendo necessário, para tal, “olhar para esses produtores” e para as formas de “aumentar o seu rendimento”.

“A questão de aumentar a produção, aumentar os preços de produção aos produtores, é uma questão fundamental”, afirmou Paulo Raimundo, dando, entre outros, o exemplo da diferença entre preço do pagamento do leite ao produtor e o valor da venda ao consumidor.

O secretário-geral do PCP alertou ainda para a necessidade de que “os apoios da PAC (Política Agrícola Comum) sejam desde logo melhor distribuídos”.

Defendendo “a alteração da PAC para que seja adequada à realidade nacional”, Paulo Raimundo desafiou o Governo da AD a “deixar de anunciar” e passar a concretizar, para “desamarrar de uma vez por todas das opções estruturantes”, que disse não corresponderem às necessidades dos agricultores, dada o peso da agricultura familiar no território nacional.