As tripulações de três embarcações à deriva que tinham como destino a Itália foram resgatadas esta segunda-feira, confirmando-se pelo menos 11 mortes e mais de 60 desaparecidos, incluindo 26 crianças.

A ONG alemã Resqship divulgou nas suas redes sociais que 51 pessoas foram resgatadas de um barco de madeira à deriva em águas italianas. A equipa da navegação de resgate Nadir utilizou um machado para entrar no convés inferior da embarcação, onde se encontravam ainda dez mortos. “O resgate chegou tarde demais”, lamentou a organização.

Segundo detalha o El País, o navio partiu-se poucos dias após ter partido de um porto na Turquia carregando pessoas de nacionalidades afegã, iraquiana, síria e iraniana. Os primeiros auxiliados relatam que o naufrágio aconteceu após uma explosão, algo que profissionais de saúde consideraram possível  pelas queimaduras no corpo de alguns sobreviventes.

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Os resgatados foram transportados para Roccella Jonica pela guarda costeira italiana, onde receberam apoio médico e psicológico.

Ainda em águas italianas, um outro navio foi avistado à deriva por uma embarcação de recreio francesa, que conseguiu resgatar doze pessoas, uma das quais morreu antes de chegar a terra firme, e enviar um sinal de “may-day” — código para emergência — para a guarda costeira, adiantou o Corriere della Serra.

Os migrantes foram recolhidos por dois navios mercantes a pedido da guarda italiana e transportados até Roccella Jonica. “Diante de nós estavam pessoas traumatizadas, a dor era palpável. Ver um familiar ou amigo afogar-se é sempre horrível”, disse a mediadora cultural dos Médicos sem Fronteiras  Shakilla Mohammadi.

Nos primeiros testemunhos, os sobreviventes revelaram que pelo menos mais 66 pessoas continuavam desaparecidas no Mediterrâneo, entre elas 26 crianças.

Ainda nesta segunda-feira pela manhã, 54 migrantes, incluindo 28 menores desacompanhados, foram resgatados de uma embarcação insuflável pelo navio Ocean Viking da ONG SOS Méditerranée, divulgou a organização na sua conta do X(antigo Twitter).

Os migrantes partiram da Líbia e também tinham como destino a costa italiana.

Segundo o Ministério do Interior da Itália, apenas em 2024, 23.700 migrantes chegaram às praias do país.